2013/11/17 – Usando a lateral do pneu / Using the tires edge

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Km: 278  Copan, Honduras – Antigua, Guatemala
Tempo: sol, calor e muito calor – a ponto de derreter
Temperatura: min 16 e max 35

Estamos comemorando os 8.000km já rodados. 🙂 A moto tem se comportado muitíssimo bem, uma máquina e tanto mesmo…

Acordamos cedo, tomamos um café da manhã mais reforçado e seguimos em direção a ruínas de Copan. Apenas 1km de distância da cidade até as ruínas, mas resolvemos pegar o tuk-tuk para nos levar até lá, mesmo porque queríamos ter a experiência de andar em um deles. O negócio pula igual um cabrito, demos boas risadas.

Pagamos um guia para entender mais sobre as ruínas e o nosso guia, Antônio já guia turistas por 40 anos, por aí tem-se uma idéia do quão conhecedor ele é. Valeu termos pago a importação da moto duas vezes, valeu termos que passar pela fronteira entre Honduras e Guatemala duas vezes, valeu por termos ido de guichê em guichê para fazer saída de um País e entrada em outro e valeu mais ainda pelo guia que pagamos. Ruínas de Copan, se um dia você tiver a oportunidade de conhecer vá porque vale muito a pena. Nas ruínas também tivemos a oportunidade de ver muitas araras em seu habitat natural. E as mesmas chegam pertinho de nós. Ficamos 3 horas visitando todo o sítio das ruínas de Copan.

Saímos de Copan com direção a Antigua, Guatemala. Uns 15km depois que atravessamos a fronteira de Copan,Honduras com El Flórido,Guatemala vimos muitos caminhões, carros e muita gente na estrada, todos parados. Achamos estranho demais e fomos seguindo devagar. A um certo ponto chegamos a conclusão que era um protesto e a estrada estava fechada, o povo colocou um monte de pedras no meio da estrada e ninguém passava. Ficamos apreensivos pois sabe-se lá o que essa gente é capaz de fazer. Novamente éramos uns ET, óbvio que todos olhavam sem nem piscar.
A primeira barreira de pedras resolvemos atravessar sem mesmo falar com ninguém mas aí mais a frente outra barreira e muita gente. O povo tudo com facão, me deu até um gelo na barriga e confesso que o medo apertou, o coração até palpitava forte. Rafael parou a moto e resolveu conversar com um dos homens que estava bem próximo da barreira de pedras. Continuamos em cima da moto, pois em qualquer emergência Rafa acelera e tentamos fugir o mais rápido possível.
O rapaz nos explicou que era um protesto contra os preços altos, a falta de emprego, a pobreza e sei lá mais o quê, nem entendemos muito bem pois estávamos com o protetor auricular e mais capacete. Rafael atrevido até perguntou para ele se poderíamos tirar uma foto e ele deixou. Depois alguns dos homens até tiraram as pedras para que pudéssemos passar, agradecemos bastante e continuamos viagem.

Em Estanzuela paramos para almoçar em um restaurante muito bom, El Estábulo. Comida boa, bem atendido e preço razoável, recomendamos. De lá seguimos sem parar até Antigua atravessando pela cidade de Guatemala (capital) com um trânsito pesado. Estamos até pensando se vale a pena ir conhecer a capital depois da experiência do trânsito de hoje…
A estrada só é duplicada quando está mais próximo da capital, por isso os kilometros não rende. E muito, mas muito carro velho na estrada andando a 30km por hora.
A parte duplicada, 50 km antes da cidade de Guatemala tem bastante curvas e está nova, o que fez com que o Rafael gastasse a lateral dos pneus.

Chegamos em Antigua já escuro, foi só o tempo de achar um hotel e saímos para tomar um café.

Fatos interessantes:
– em Honduras não é comum ver os homens usarem shorts, mesmo com o calor que faz

Na Guatemala, em geral:
– 99.99% dos motociclistas não usam capacetes
– 99.99% dos carros são velhos demais, velho a ponto de você imaginar que a qualquer hora o para-choque ou uma porta cai
– 100% das caminhonetes carregam muitas pessoas em sua caçamba. Imagina umas 18 pessoas todas em pé na traseira de uma caminhonete caindo os pedaços.
– 99.99% das famílias carregam todos os seus filhos na mesma moto, tivemos o desgosto de ver o pai, a mãe, uma criança pequena sentada no tanque da moto e mais duas sentada uma em cada perna da mãe. Isso mesmo, 5 pessoas na mesma moto.
– no geral as estradas são bem sujas, também todos atiram lixo pela janela
– muitas pessoas são transportadas em caminhão de carregar animal
– em pista duplicada as pessoas não sabem para que serve a faixa da direita
– 100% das Vans de transporte público trafegam com a porta aberta mesmo na rodovia
– 99.99% das vezes as pessoas falam para você “bom provecho” quando elas saem do restaurante, mesmo sem te conhecer. 🙂
– 99.99% dos locais sempre cumprimentam não interessa a hora do dia

E são um povo muito alegre e muito mas muito acolhedor!!!

 

Km : 278 Copan, Honduras – Antigua, Guatemala
Weather: sunny and very hot – enough to melt
Temperature: min 16 and max 35

We are celebrating the 8,000 km already covered. 🙂 The bike has behaved very well, yes it is an amazing machine…

We woke up early, took a more enhanced breakfast and headed towards the ruins of Copan. The ruins are only 1 km away from the city, but we decided to take the tuk-tuk to take us there, most because we wanted to have the experience of riding in one of them. The thing jumps like a goat, so we had such a good time.

We decided to pay a tour guide to understand more about the ruins and our guide, Anthony has guide tourists for 40 years, you can have an idea of how knowledgeable he is. We are so glad we payed the import of the bike twice, glad with the fact that we crossed the border between Honduras and Guatemala twice, having gone from booth to booth to do the exit and entry twice between the two countries and we are thankful for the decision to pay a tour guide. Copan, if you ever have the opportunity to go, please go because it is very worthwhile. In the ruins we also had the opportunity to see many parrots in their natural habitat, they even come very close to us. We spent 3 hours visiting the ruins of Copan.

We left Copan and went towards Antigua, Guatemala. We saw many trucks, cars and a lot of people on the road all standing approximately 15km after we crossed the Copan border, Honduras to El Flórido, Guatemala. We thought that is too weird and we continue on moving slowly. At one point we reached the conclusion that it was a protest and the road was closed, people put a lot of stones in the middle of the road and no one was going through. We were apprehensive because who knows what these people are capable of doing. Again we were a ET and obvious that everyone looked at us without even blinking.
We passed the first barrier of rocks without even talking to anyone but then later we reached another barrier and a lot of people. The people all carrying a big knife, it gave us an ice belly and enough to make our heartbeating go very fast due to the fear. Rafael stopped the bike and decided to talk with one of the men who was very close to the rock barrier. We continue on the bike, as in any emergency Rafa accelerates and try to escape as soon as possible.
The men explained that it was a protest against high prices, lack of employment, poverty and who knows what else, we could not understand him very well because we were wearing hearing protection and helmet. Rafael asked him if we could take a picture and he said yes. Then some of them moved away the stones so we could pass, we said many thanks and kept traveling.

In Estanzuela we stopped for lunch at a very good restaurant, El Estabulo.  Good food, well served and reasonable price, we recommend. From there we went towards Antigua, crossing the city of  Guatemala (capital) with heavy traffic. We are even thinking whether it is worth going to visit the capital after the experience with the traffic today…
The road turns a highway when it is closer to the capital, so you cannot cover too many mileage when the road condition is not good. Even worse when there are very, very old cars on the road going at 30km per hour.
The real highway, 50 km before the town of Guatemala City has curves and is quite new, which meant that Rafael used the tires edge.

It was dark when we arrived in Antigua, it was just time to find a hotel and go out for coffee.

Interesting Facts :
– in Honduras is not common to see men wearing shorts, even with the heat

In Guatemala, in general:
– 99.99 % of motorcyclists do not wear helmets
– 99.99 % of the cars are very old, old enough to you to imagine that anytime the bumper or the door will drop in the middle of the road.
– 100 % of the trucks carry many people in your pickup bed. Imagine about 18 people all standing on the pickup bed of the falling pieces truck.
– 99.99 % of all families carry their children on the same bike, we had the displeasure of seeing the father, the mother, a small child sitting on the tank of the bike and two sitting one on each leg of the mother. That’s correct, 5 people on the same bike.
– In general the roads are dirty because folks throw garbage out of the window
– Many people are transported in truck load animals
– in roads with multiple lanes people do not know what is the purpose of the right lane
– 100 % of the public transport – vans travels with the door open even on the highway
– 99.99 % of the time people say to you “bon provecho” when they leave the restaurant without even knowing you. 🙂
– 99.99 % of the native people always greet no matter the time of the day

And they are a very happy people and very very welcoming ! ! !

2 thoughts on “2013/11/17 – Usando a lateral do pneu / Using the tires edge

  1. Lorena

    Tku tku you have added another destination to my list of places to visit. I ‘ve heard of Copan and Antigua.. when we were in el Salvador they told us about Antigua. and am sure you are not dissapointed. reading your post remininded me of our visit to el salvador. keep on rolling, be good be safe.. and a super big hug.. mom and I LO:)

  2. Henry

    Glad and relieved to hear you guys safely getting through the road barrier. I got scared when I first saw that picture,
    Drive safe, my friend.
    Henry

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