Km: 358 Gigante – San Agustín – Patia (El Bordo)
Tempo: Nublado e muita, mas muita chuva pela tarde
Temperatura: min de 12 e max de 28
Acordamos cedo e partimos de Gigante. Seguimos em direção a San Agustín para visitar a aérea arqueológicas. Muito legal, o parque muito bem organizado, limpo, sinalizado e o primeiro parque que visitamos que oferece serviço de guarda-volumes. Fantástico!!!
Todo o parque muito legal, uma linda vista de um mirante, valeu a pena o esforço da subida.
Saímos de San Agustín e seguimos em direção a Popayan, pensávamos que seria uma estrada como outra qualquer, engano nosso e aí que começa a história. Lembre-se que estas são as nossas opiniões e experiências pessoais. O mais interessante é que perguntamos sobre as condições da estrada para várias pessoas, inclusive alguns policiais e todos disseram que estava boa. Além do que olhando no mapa esta é uma estrada principal e a única que liga as cidades de San Agustín e Popayan.
Estava indo tudo bem até quando o asfalto simplesmente acabou, pensamos que apenas seria um pedaço em manutenção (bem comum nas estradas da Colômbia). Que engano, a estrada só começou a piorar cada vez mais e para ajudar muita chuva caindo. Aquele pedaço de estrada sem asfalto que nos achávamos que já ia terminar nunca terminava e para piorar ainda mais o trânsito diminuiu bastante. Continuamos pois não tínhamos outra opção, debaixo de chuva forte, estrada ruim demais, com muita curva, no meio da mata e deserta.
Não vamos mentir que o medo bateu forte, todos nós sabemos de muitas histórias da Colômbia, suas guerrilhas e tudo mais. Muita coisa passou por nossas cabeças, ainda mais que já tínhamos lido um livro de um rapaz que viajou pela Colombia de moto (uns 10 anos atrás) e infelizmente sua história não foi feliz, o sequestraram, enfim, um horror.
Toda a situação que estávamos vivendo nos fez com que ficássemos muito apreensivos: a estrada estava ruim demais, simplesmente não tinha asfalto algum, o trânsito diminuiu e muito, aquela chuva horrível, muitas curvas, subimos a uns 3400 metros de altitude, só floresta em volta… Sinceramente quase tivemos um treco de tanto medo, não dá nem para descrever, só quando se passa por isso que entende. A estrada era muito bonita, mas quem disse que conseguimos curtir isso, o medo falava mais alto.
Até que encontramos com caminhões naquela estrada horrorosa, contando ninguém acredita que naquela estrada passa caminhão e dos grandes! Mais para frente encontramos com um ônibus de linha, foi quando o Rafael simplesmente colou no ônibus e fomos juntos. Sabemos que isso não é segurança nenhuma, mas pelo menos esta foi a forma um pouco mais confortavel que achamos de rodar todos aqueles kilometros daquela estrada horrível. E assim foram os inesquecíveis 100 km rodados em 3 horas, uma eternidade. Em poucos metros de estrada o asfalto aparecia então sempre tínhamos a impressão de que a estrada ia melhorar, mas era puro engano.
E para piorar a situação ainda mais depois que passamos um povoado muito pequeno, o ônibus que estávamos seguindo colado parou, a partir desse ponto estávamos sozinhos. E não é que depois de uns kilometros do povoado a moto reage esquisito demais, parece que não tinha mais forca para subir. Rafael para e eu desço para conferir se não era o pneu furado, aí Rafa desce, colocamos a moto no cavalete central e Rafa verifica se não é diferencial ou outro problema do gênero. Não achamos nada de errado. Não temos saída, essa moto tem que ter força para sair daquela estrada. Nessa hora meu coração quase sai pela boca de tanto nervoso. Subimos na moto e lá vamos nós. Começamos a descer a serra em uma estrada com muito barro, até caminhão atolado tinha… E chamam isso de estrada!
Enfim, não achamos nada de errado com a moto e depois que começamos a descer a serra ela não apresenta mais o mesmo sintoma. Ficamos pensando o que seria??? A única hipótese seria em relação a altitude… Será que a moto perderia a força por causa da altitude??? Incógnita.
Mas é claro que para completar o dia com chave de ouro algo mais deveria acontecer. As estradas estão cheias de obras, existem muitos trechos aonde apenas passa 1 carro por vez. Em uma dessas paradas o guidao da moto mexeu e não é que o Rafael se desequilibrou e a moto deitou. Óbvio que não é possível segurar essa moto. Não sei como eu consegui sair da moto o mais rápido possível antes que ela deitasse de vez no chão e então ajudei o Rafael a erguer a moto. Tem coisas que acontecem que não sabemos de onde tiramos forças. A moto só deitou e o protetor de motor protegeu bem, fez apenas um arranhão no mesmo.
Depois dos acontecimentos de hoje tenho certeza de que nossos corações estão fortes… Que pavor!!!
Foi um alívio quando aquela estrada acabou e chegamos na cidade de Popayan. Depois que tudo passou demos boas risadas, esse dia ficará na lembrança para sempre!
Sabemos que a Colombia melhorou muito e que todas estas histórias de horror que ouvimos são coisas do passado. Viajando por aqui vemos como a presença do exército é forte em todos os lugares e nos sentimos seguros. Mas infelizmente ainda existem casos de guerrilha, drogas… Inclusive em dos postos de gasolina que paramos um senhor não nos aconselhou a pegar uma das estradas por problemas de drogas, guerrilhas etc… Inclusive eles sempre falam: não viaje a noite…
A Colombia melhorou muito e vai melhorar cada vez mais, temos certeza disso.
Chegamos em El Bordo já quase noite a única preocupação é achar qualquer hotel. E assim foi feito: sem água quente no chuveiro mais uma vez. Mas desta vez a mulher me disse que todo o povoado não tem água quente porque aqui faz muito calor… Af! Ninguém merece… 🙁
Agora só nos resta dormir porque amanhã pisamos em solo equatoriano.
Caramba!!! Parece que eu tava lendo um trecho de um livro do Stephen King!!!!!
Tenso de mais, confesso que quando vi a rota de vocês, la no inicio da viagem, quando vi que passava pela Colômbia fiquei preocupado, agora lendo seu post, deu até um frio na barriga. Imaginava que o pior trecho da viagem, seria mesmo na Colômbia. Espero e faço torcida para que, de agora em diante seja só alegrias! kkkkkkkkkkkk…
Forte abraço Rafa e Liliane,
que Deus esteja sempre com vocês.
Nossa que medo!! Que bom que tudo ficou bem quantas experiencias!