Como estar preparado para esta revolução digital.

Uma revolução digital está ocorrendo na área de som e isto está acontecendo em função de algo que era totalmente desconhecido há apenas 2 anos atrás: a capacidade dos consumidores fazerem o download (baixa) de arquivos de música da Internet. Fornecedores de sistemas de som e fabricantes de automóveis estão convencidos que se você utilizar formato de música digital em casa, você vai querer em seu carro.

Sistemas de compressão de áudio, como próprio nome sugere, são programas de computadores que podem comprimir até 11 vezes mais informações em um CD do que o normalmente possível. Portanto, um CD de música de tamanho normal pode comportar até 7 horas de música. O mais famoso desses formatos é sem dúvida o MP3, utilizado pelo site que gerou tanta controvérsia ultimamente, o www.napster.com. Este site trabalha com músicas protegidas por direitos autorais, mas não pagam por elas. Consumidores também podem fazer o download de músicas em MP3 legais, protegidos por direitos autorais da Internet ou fazer cópias de seus CD`s por si próprio. Eles também podem optar por um pequeno cartão de memória, no caso o Memory Stick da Sony e sair com música digital por ai. O Memory Stick está em testes por diversos fabricantes de veículos para se tornar a nova tecnologia para transporte de música e informações para dentro dos carros.

Fabricantes de autopeças estão correndo para se igualarem com a nova tecnologia. Antes do final do ano, a Visteon Automotive Systems irá introduzir um tocador de CD para música em formato MP3. A Delphi Automotive Systems também está desenvolvendo um produto similar. Ambos estão criando tocadores de cartões de memória que irão se encaixar no painel de instrumentos do carro. A General Motors anunciou recentemente um acordo com a Sony para trazer o Memory Stick para dentro dos veículos, tanto que a GM vai apresentar na COMDEX, que é a maior feira de produtos eletrônicos dos Estados Unidos, um veículo equipado com esta tecnologia, para sentir a reação do consumidor e provavelmente implementar por toda linha de veículos.

O mercado para esta tecnologia ainda não é grande. Mas a produção de tocadores de música comprimida é esperado que cresça para mais 4.8 milhões de unidades, representando aproximadamente 15% do mercado total de tocadores de CD`s para carro em 2006. As pesquisas também mostram que o mercado é maior do que jovens que utilizam computadores, isso se comprova através de relatórios de sites como o www.mp3.com que mostram que o maior número de downloads é de música clássica, que geralmente atrai ouvintes mais velhos.

Outros formatos de música comprimida incluem o ATRAC3, que é usado pelo Memory Stick. A GM diz que esse formato não só proporciona musica com qualidade superior, mas também só aceita material legal, ou seja nada de cópias piratas de música sem o pagamento de direitos autorais. O parceiro da GM nessa empreitada é a Sony, que uma das maiores gravadora do mundo. O formato MP3 irá ser reproduzido no Memory Stick, mas a coisa mais importante para a GM é que ele suporta música música legal, ou seja com seus direitos autorais pagos.

Mas não é somente isso. O Memory Stick está disponível em lojas de eletrônicos nos Estados Unidos desde o começo do ano, e oferece um formato de compressão superior. Engenheiros acústicos da GM encontraram que o som no Memory Stick é virtualmente idêntico a um CD gravado, enquanto o MP3 tem uma reputação de perda em altas e baixas freqüências. Isso leva aos mais puristas a pensar que uma tecnologia que faz com que perdemos qualidade sonora seja levada em frente. Mas não é bem assim, pois a possibilidade de levar sua coleção pessoal de milhares de músicas contrabalança alguma perda de qualidade que por ventura exista e o consumidor possa notar.

Temos ainda um ponto importante a resolver com o formato de música comprimida, como buscar uma faixa específica em um CD com milhares delas, sem desviar a atenção do motorista? Isso vai ser resolvido com sistemas de reconhecimento de voz, mas os primeiros produtos ainda dependerão de displays no painel.

Mas quanto esses dispositivos irão impactar no preço do veículo? Analistas dizem que o consumidor estaria disposto a pagar até R$ 200,00 a mais no preço de um tocador de CD`s normal para ter a possibilidade de reproduzir música em formato comprimido. Estes dizem que este custo ocorre em função da adaptação dos tocadores residenciais para dentro do carro, que é um ambiente bastante atípico, com muita poeira, variação de temperatura e umidade e finalmente a vibração.

Em um futuro não muito distante os fabricantes prevêem que não será necessário transportar nenhum CD ou cartão de memória para dentro do carro para ouvir suas músicas preferidas. Estas musicas serão armazenadas na Internet e serão enviadas via ondas de rádio para o veículo, facilitando muito a vida do consumidor, mas isso já é outra história...