Triângulo na América

 

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Resumo da Aventura

Deserto, poeira, altas temperaturas, muito frio e até neve foram as provações que uma S10 turbo diesel 2001 passou sem problemas através de 13.500 km na América do Sul. Nas férias, Claudio Giusti e Rafael Padilha, funcionários da Engenharia do Valor e Teardown, prepararam-se e sairam de S10 seguindo o projeto Triângulo na América. Idealizado meses antes e com todas as precauções: autorizações, mapas, GPS, bagagem, apetrechos de camping e caçamba preparada para tornar-se uma barraca, sairam 13 de janeiro rumo a Argentina, Chile, Peru e Bolívia. Expondo o carro a várias condições de dirigibilidade.

Eis parte do diário de bordo, que estará disponível na Internet no endereço www.carinfo.com.br na íntegra, além de dicas e mais fotos da expedição.

Saimos de São Paulo num sábado de manhã, com 6150 km no odômetro. Uma parada por Santa Felicidade em Curitiba para excelente alimentação e descanso para a viagem até Gravataí. Preferimos a viagem pela belíssima Serra do Rio do Rastro. Na segunda pela manhã, estávamos na planta do Celta, onde passamos o dia vendo os modernos processos e alguns sites de fornecedores, que já entregam os módulos para a fábrica. Na linha de prensas, uma prensa da Komatsu impressiona por ter praticamente o tamanho de um prédio, estampando todos os componentes do Celta com muita produtividade.

Passamos a fronteira por Uruguaiana, direto para Buenos Aires, cruzando o país até Mendoza, cidade à beira da Cordilheira andina. A partir daí, subimos de 747 metros sobre o nível médio do mar (msnm) a 4.300 msnm em pouco mais de 200 km. É impressionante a sensação que a altitude e o ar rarefeito transmitem. A S10 continuou com a excelente performance e o ótimo consumo do motor diesel mesmo à esta altitude. O clima muito seco levanta grande quantidade de poeira e a temperatura oscila muito entre o calor escaldante do sol e a baixa temperatura da noite.

No Parque Aconcágua, iniciamos a trilha a 2800 m de altitude e, após 12 km de caminhada e 6:30hs, estávamos a 4106m de altitude (segundo o GPS), e com um vento de rachar e um frio danado. Fizemos meia volta após contemplar a face sul do Atacama (6959m de altitude), a apenas 8 km em linha reta do seu cume. Já no Chile, descemos 600 metros em 9 km pelos Caracoles, em Santiago, a tradicional névoa devido à poeira e poluição impressionam. A cidade é cercada por Cordilheiras e a restrição a veículos devido às emissões é grande. O ar é seco e a temperatura é alta!

A visita à planta da GM em Santiago foi cheia de cordialidades e boas impressões. O Centro Tecnológico tem apenas 1 ano desde a inauguração e os escritórios são bem planejados. Em Santiago é produzida a linha de caminhões com marca Chevrolet baseados no NPR - 3, 5 e 7 toneladas - da Isuzu.

No Chile, há grande diversidade de marcas e modelos no Chile (onde os impostos de importação não impedem a importação de carros como no Brasil) e a GM é líder de vendas há 18 anos, possuindo mais de 20% do mercado. Eles vendem toda a nossa linha Corsa (exceto pick up), Astra e Vectra CD. A pick up LUV é muito popular e é a mais vendida. É produzida na planta de Arica, ao norte do Chile há 20 anos.

Antes de visitar a planta de Arica, cruzamos todo o Deserto do Atacama, que é considerada a região mais seca do mundo. As chuvas são raríssimas a as temperaturas extremas. Passamos por muitas estradas de terra e salares. Visitamos a maior mina produtora de Cobre do mundo, em Chuquicamata, onde uma escavação que já atingiu 850 metros de profundidade e 2,2 km de diâmetro aparece no meio do deserto. Tem capacidade de produção de 600.000 ton de cobre por ano, que é exportado para os maiores mercados mundiais, consomindo 880MW de energia elétrica por hora, o que é mais do que a cidade de Santiago consome em 2 semanas. Os caminhões que transportam a terra retirada da mina podem transportar de 170 a 400 toneladas de cada vez. Consomem 1000 litros de Diesel por 8 horas de trabalho cada um.

Em San Pedro do Atacama, o Salar de Atacama impressiona, com as estradas feitas de puro sal, As águas da chuva e do degelo andino e da cordilheira Domeyko descem das montanhas e não tem para onde escoar, evaporando e deixando seus sais no solo do salar. Nas lagoas salobras, vivem os Flamingos, enormes aves com plumagem branca e vermelha que completam o visual. Graças ao GPS, pudemos dirigir mesmo a noite no deserto, a baixas temperaturas em estradas as vezes nem sempre boas (estradas de rípio).

Na última madrugada, saímos em comboio para os geisers do El Tatio que está a menos de 1 km da fronteira com a Bolívia e, no escuro das 6 hs da manhã, era possível ouvir o ruído de água fervendo por todos os lados. Os geisers ficam no cume de um vulcão apagado a 4300 MSNM, na maior área de atividade geotérmica do mundo. Os geisers são estruturas individuais que formam montes de camadas de minérios e enxofre cujo odor forte chega a dar náuseas.

De Atacama, fomos à Arica pela Rodovia Panamericana - uma estrada com excelente asfalto e que oscila entre o nível do mar e 3000 msnm quatro vezes em 400km. Chega a dar náuseas tamanha variação brusca de altitude - mas nada sentido pela S10…

Em Arica, fomos recepcionados pelo chefe de produção e pelo pessoal da qualidade. Passamos por toda a fábrica, que produz a pick up LUV. A fábrica é antiga e já produziu até Chevette. A produção é feita em lote para facilitar a logística e o fluxo de componentes. A LUV detém 18% do mercado de pick ups daqui (é a líder), concorrendo com Toyota, Mitsubishi, Nissan e muitas outras marcas com menor penetração (todas estas marcas trazem suas pick ups importadas com um imposto de importação de 8%). É um carro mais simples que a S10 brasileira e, por isto, é a pick up mais barata do mercardo por aqui. Hà 3 tipos de motorização: 2.8 Turbo Diesel, 3.2 V6 gasolina, ambas com opção de 4x4 e vindas do Japão e 2.2 litros (motor família II da GM) vindo da Austrália, este sem opção 4x4. Devido à restrição de emissões do Chile, os carros à diesel não podem circular por Santiago e pelas regiões 2 e 5 do país. Há 2 meses, houve o lançamento da SUV Grand Wagon que tem um bom compromisso de transporte de pessoas, com bom espaço interno.

Revisão feita na nossa S10, seguimos viagem para o Parque Nacional Lauca, a 120 km de Arica. O tempo nublou a 3.000 metros de altitude e começou a chover a 80 km de Arica, depois de subirmos 3000 metros e saimos de sol para um frio de 1ºC com chuva - tudo em menos de 1 hora de viagem. Dentro do carro: 26ºC segundo nosso termômetro a bordo. Esta região é muito mais úmida, com muitas plantas e vegetação rateira. É completamente diferente de qualquer outra parte do deserto. As montanhas antes cor de areia, ficam verdinhas. Chegamos a 4500 metros e, às 20hs começou a nevar!

Infelizmente, na fronteira com o Peru, fomos impedidos de entrar. A legislação do país impede que pessoas que não possuirem o documento do carro em seu nome, apesar do Consulado do Peru no Brasil ter nos indicado diferente. Assim, voltamos ao Chile e de lá para a Bolívia para conhecer o lago Titicaca pelo lado boliviano. A caminho da fronteira da Bolívia, ficamos em Putre, uma cidade a 3500 MSNM, e com temperaturas muito baixas pela manhã. A combinação altitude e baixa temperatura foi suficiente para descobrirmos a importância das modificações de engenharia para veículos de exportação: o kit de velas de aquecimento para partida a frio do motor SPRINT fizeram falta para o motor pegar pela manhã. Só após algumas tentativas e muita fumaça conseguimos seguir viagem…

À beira de um maravilhoso lago, a alguns metros da Bolívia, estávamos a 4667 msnm e a uma temperatura de 2ºC. A chuva no lado boliviano aumentou ainda mais dando muito pouca visibilidade. A grande autonomia do motor Diesel foi decisiva para podermos chegar à La Paz pois nenhum posto de gasolina foi visto. Voltando para o Brasil, passamos por Cochabamba e Sta. Cruz de la Sierra, a partir de onde não existe estradas pavimentadas até a divisa com o Brasil, em Corumbá.

Assim, dirigimos por 700 km em estradas mal conservadas de terra passando por trechos onde somente com o sistema eletrônico de tração 4x4 da S10 seria possível passar sem complicações. Com a média de velocidade de 40 km/h, calor descomunal, e muita poeira muito fina (parecia talco), era impossível desligar o ar condicionado. As condições do piso eram muito ruins pois o centro do caminho era muito alto devido à passagem de caminhões e outras pick ups. Por sorte a grande altura livre do solo e as várias proteções de alumínio de assoalho e motor garantiram que passássemos sem enroscar definitivamente.

Já em Corumbá, fizemos a revisão de 15.000 km na concessionária GM onde só os filtros e o óleo precisou ser trocados (além do pneu que precisou ser reparado). Apesar de muito suja, nenhum problema foi identificado. Em Bonito, pudemos fazer todos os passeios sem qualquer problema. As estradas de terra da região estavam secas por causa da estiagem.

No último dia, saimos de Bonito por Campo Grande e, apesar de termos programado parar no meio do caminho para fazermos sem muito cansaço, fizemos Bonito São Paulo (1350 km) direto - apenas parando para jantar em Bauru. Com certeza viajar em um S10 te dá condições de dirigir por longos rechos com segurança e sem muito cansaço. É um carro que recomendamos para quem quer um todo terreno com muita robustez!

 
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