Author: Liliane

  • 2013/12/12 – Ilha de Uros

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    Km: 395   Puno – Cusco
    Tempo: sol, a maior parte do dia nublado e muita, mas muita chuva a tarde e a noite.
    Temperatura: min de 2 e max de 16

    Achávamos que íamos poder dormir um pouco mais, até umas 6:30 da manhã pelo menos… Que engano! Além da festa que teve do lado do nosso hotel ontem somos tão sortudos que hoje acordamos com o pedreiro do hotel cortando piso. Não é fantástico? As 6:00 da manhã você acordar com o barulho de pedreiro??? Senhor, dai-nos paciência. Enfim, viagem é isso, as vezes nos damos bem e as vezes sentamos na graxa, como diz meu pai Santiago.

    Tomamos nosso café e já saímos para visitar a Ilha de Uros. Fantástico!!! Toda a história, a construção da ilha, como eles vivem, o que fazem, do que sobrevivem, o que comem, como as casas são construidas… Muito interessante. Uma das ilhas mais interessantes que já visitamos.
    Fizemos um tour por uma das comunidades da ilha, que no total são 60 e com por volta de 2000 habitantes no total. Você pode visitar suas casas, seus quartos e até o banheiro natural usamos. 🙂
    Adoramos o passeio.

    De volta à Puno, hora de pegar as coisas no hotel, comer algo rápido e pe na estrada. Temos que chegar em Cusco ainda hoje. E assim foi feito, saímos de Puno sem chuva, mas chegando em Juliaca vimos aquela nuvem preta carregada de muita chuva. Colocamos as capas de chuva e seguimos. Escapamos a chuva de Juliaca ou Julinhaca, como chamaremos esta cidade daqui para frente. Que horror de cidade! Choveu muito forte e as ruas ainda estavam todas alagadas de barro, sim muito barro. Ainda bem que estávamos com a capa de chuva. Para atravessar a cidade, existem ruas sem asfalto algum, buracos enormes e todos alagados com muito barro. Vamos ficar devendo a foto, pois com chuva a máquina fotográfica estava bem guardada. Até gente com bicicleta nós vimos caindo dentro daqueles buracos cheios de água e barro. Foi um horror. Digno de uma filmagem, mas esta ficará apenas em nossas memórias. Julinhaca, uma nhaca de cidade.

    Passamos o horror de Julinhaca e seguimos viagem. Pegamos tanta chuva, mas tanta chuva que deu para cansar bastante. Chegamos em Cusco já noite e debaixo de muita mas muita chuva mesmo.
    Estes últimos 180km foram cansativos demais. Chuva e a noite não é uma boa combinação para motociclista. Só fizemos este trecho a noite e com chuva porque estávamos seguindo nossos pais com o carro e sabemos que temos o apoio deles caso precisássemos de algo. Se tivéssemos sozinhos na moto jamais faríamos isso. A boa notícia é que não foi preciso correr atrás de hotel, pois o Santiago já tinha reservado o mesmo hotel de quando ele veio à Cusco no começo deste ano.

    Dormir porque amanhã caminharemos bastante…

  • 2013/12/11 – Condor, bela ave

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    Km: 310 Chivay – Juliaca – Puno
    Tempo: sol, chuva, frio
    Temperatura: min de 3 e max de 13

    Pois é, faz-se frio por esses lados. Conseguimos usar todas as roupas de frio que trouxemos pois são as mesmas de quando saímos de Toronto. 🙂
    Acordamos cedo em Chivay e seguidos à caminho do Vale do Colca, a estrada começa asfaltada mas existe um longo trecho sem asfalto e com bastante barro uma vez que aqui é muito úmido. Também atravessa-se um longo túnel escavado na própria rocha.
    A estrada que segue todo o Vale do Colca é muito bonita, o Vale em si é impressionante, uma paisagem belíssima. Paramos em vários mirantes e um dos mais importantes que é o mirante do Condor. Lindíssimo, ficamos esperando para ver o condor, a um determinado horário eles saem e ficam sobrevoando o vale. Conseguimos ver apenas um condor e era pequeno então resolvemos seguir adiante para apreciar as diferentes paisagens através de outros mirantes. E não é que em um dos mirantes que paramos tivemos a grande sorte de um condor bem maior ficar sobrevoando nossas cabeças. Que ave tão bela, até parecia que ele estava desfilando para nós. Foi lindo. Vale do Colca, uma das paisagens mais bonitas no Peru que vimos até agora. Se você um dia puder visitar, venha!!!

    Voltamos para cidade de Chivay, arrumamos as coisas, almoçamos rapidamente e já logo partimos.
    Subimos a serra, a mesma de ontem que até neve pegamos. Desta vez pegamos um pedaço da serra que até chuva de gelo caía. Não teve neve, mas estava bem frio e com vários trechos chuvosos.
    Mais uma vez, a estrada é muito bela.

    Seguimos em direção à Juliaca e depois Puno. Juliaca, uma cidade baguncada e nos fez lembrar as cidades do norte do Peru… Uma sujeira e um povo sem educação alguma no trânsito.
    Chegamos em Puno e começa a saga de achar um hotel um pouco mais decente e com preços razoáveis. Que luta! Não somos exigentes e desde que saímos de Toronto já ficamos em cada um…
    Hoje, o mais importante para nós é o chuveiro ter água quente, já imaginou com este frio e sem água quente no chuveiro? Ninguém merece.
    Sempre perguntamos se tem água quente e as pessoas respondem que sim, mas a água quente deles é ainda muito fria para os nossos padrões. Em resumo: acabamos ficando em um hotel que o rapaz nos disse que a água era muito quente, só que até agora não conseguimos tomar banho nesta água que ele prometeu ser quente. Nosso banho foi praticamente gelado e sofremos muito… Muito mesmo. Incrível como por esses lados do Peru e com esse frio úmido que faz os hotéis não possam ter água quente, como esse povo toma banho? Se é que tomam banho, agora duvidamos de tudo.

    Após o banho sofrido saímos para jantar, hoje experimentamos o pisco, uma bebida típica peruana bem gostoso. E para completar a noite, quando saímos do hotel para jantar o prédio vizinho estava com um som muito alto. Paramos para perguntar o que estava acontecendo e não é que teriam uma festa que iria até por volta das 2 ou 3 da madrugada? Pela segunda noite estamos sem sorte. Ontem foi o barulho da festa em Chivay que foi a noite e madrugada toda, hoje em Puno a festa do lado do nosso hotel. Mais uma noite mal dormida…

    Hora de tentar dormir porque amanhã cedo vamos para Ilha de Uros.
    Boa noite!

  • 2013/12/10 – Frio e neve!!!

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    Km: 160. Arequipa – Chivay
    Tempo: frio, sol, chuva e neve!!!!
    Temperatura: min de 0.5 e max de 17

    Fomos passear pela cidade de Arequipa pela manhã. A praça das armas muito bem arrumada, aproveitamos para também fazer um tour pela catedral, subimos até sua torre de onde tivemos uma bela vista da cidade. Visitamos o museu Santuário Andino o qual pudemos conhecer um pouco mais da história de Arequipa, seus vulcões, um deles ainda ativo e conhecer mais sobre a história dos corpos das crianças que foi parte de oferenda que os Incas faziam naquela época. No total 4 corpos de crianças foram encontrados até hoje. Um deles, o de Juanita foi encontrado em ótimo estado de conservação, pois estava no alto do vulcão a uma temperatura de -20o. Celsius. Juanita era uma criança de família nobre e seu corpo foi uma oferenda para os Deuses. Impressionante ver o corpo de Juanita, seus braços e mãos estão intactos, o mesmo também é permanecido à mesma temperatura o qual foi encontrado. Os outros corpos estão em laboratório e já não estão em tão bom estado de conservação. Muito interessante toda a história.

    Saímos de Arequipa e seguimos em direção a Chivay. A estrada muito bonita, alguns pedaços de serra com curvas bem fechadas. Subimos a quase 4.900 metros de altitude, pegamos um frio de 0.5 e neve e chuva. A paisagem muito bonita e no geral bem frio. Foi um momento único, não esperávamos pegar aquele trecho de neve, aproveitamos e tiramos muitas fotos e olha que a neve não é novidade nenhuma para nós. Foi mais o fato de estarmos a quase 4900 metros e a estrada tão linda.

    Chegamos em Chivay e notamos que a pequena cidade estava em festa. Todos estavam celebrando o dia de Nossa Senhora da Conceição. Todos com roupas típicas, a praça toda enfeitada e muita bebida. Uma festa muito bonita que ficamos assistindo por 2 horas. Eles dançavam, cada roupa representava algo, as crianças eram lindas demais, toda a família participava. Muito bonito!

    Achamos um local para jantar na praça central e a partir daí pudemos assistir a festa de camarote.
    Foi ótimo.

  • 2013/12/09 – Adeus ao Pacífico / Goodbye Pacific

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    Km: 574 Nasca – Arequipa
    Tempo: sol
    Temperatura: min de 21 e max de 27

    Partimos cedo de Nasca pois temos chão pela frente. Inacreditável como as estradas do Peru são retas, lembra-se muito da Argentina com as suas infinitas retas também.
    As estradas estão em ótimas condições, muita reta e hoje pegamos uma parte de serra muito bonita rodeando o Pacífico. Fotos e mais fotos foram tiradas pois passamos em lugares maravilhosos.

    Hoje estamos comemorando os 15.000 km rodados. Eba!!! O triste é que a viagem logo acaba… Gostamos tanto desta aventura que já estamos pensando na próxima… Vai ser difícil quando tivermos que voltar ao trabalho, mas… Será preciso… Vamos deixar para pensar nisto depois.

    Também demos adeus ao Pacífico pois seguimos em direção à Arequipa. Daqui para frente muita montanha, mais frio e altitude.
    Chegamos em Arequipa e saímos todos para conhecer a cidade e jantar. Arequipa é uma cidade bem turística e muito bela. Suas igrejas são lindas.

    Boa noite!

    Mileage: 574km Nasca – Arequipa
    Weather: sunny
    Temperature: min of 21 and max of 27

    We left Nasca early because we have lots of road to cover ahead. Unbelievable how the roads are straight in Peru, it does remind a lot of Argentina with its endless straights.

    The roads are in excellent conditions and today we passed through a nice part of the coastal highway, with some beautiful hills surrounding the Pacific Ocean. Photos and more photos were taken as we move into these places.

    Today we are celebrating 15,000 km travelled! Yay! The sad thing is that the trip soon ends… We both enjoyed this adventure so much that we’re already thinking about the next. It will be difficult when we have to go back to work, but … It will be needed … Let’s leave to think about it later.

    We also gave farewell to the Pacific as we head east towards Arequipa . From this point onwards, lots of mountains, altitude and cold weather.

    We arrived in Arequipa and we went out for sightseeing and dinner. Arequipa is a very touristy and very beautiful city. Their churches are beautiful.

    Good night!

  • 2013/12/08 – Retas infinitas do Peru / Endless straights of Peru

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    Km: 438     Lima – Nasca
    Tempo: sol
    Temperatura: min de 21 e max de 30

    Saímos de Lima cedo e foi tranquilo, não pegamos trânsito algum, bem diferente de quando chegamos. A estradas continuam muito boas e muita reta, mas muita reta. Retas de perder de vista.

    Quase chegando em Nasca paramos no mirante para ver as tão famosas linhas de Nasca, para falar a verdade não deu para ver muita coisa pois o mirante não é tão alto. Chegamos em Nasca e já fomos direto almoçar em um restaurante muito bom, barato e com pratos muito bem servidos, o mesmo restaurante que os nossos pais já tinham jantado quando estavam à caminho de Lima para nos encontrar.

    Em seguida fomos fazer o passeio aéreo para ver as linhas de Nasca. Muito legal, impressionante como podem ter criado isso a mais de mil anos e as linhas e figuras ainda existem e tão nítidas. O ruim foi o Rafael passando mal, soltou tudo do almoço. Era um avião muito pequeno e além do balanço devido ao vento, o que ajudou a estragar o estômago do Rafael foram as manobras que eram feitas para ver as figuras. Ele suava frio e mandou tudo para fora, sorte que tinha levado seu chapéu pois o mesmo serviu bastante… Af!

    Passou tanto mal que as últimas figuras nem pudemos observa-las. Ele porque estava completamente pálido, suando frio e vomitando e eu porque estava ao seu lado ajudando-o. O mais engraçado foi eu pedindo para D.Elcira pedir para o piloto “parar” o avião porque o Rafael estava muito mal. Foi um corre corre da D.Elcira tentando achar papel na bolsa para que eu pudesse ajudar o Rafael pois era eu quem estava ao seu lado no avião.

    Não víamos a hora daquele avião pequeno pousar e para nossa surpresa quando pousamos observamos que estavam esperando com uma cadeira de rodas. Lá de cima o piloto avisou que tinha um rapaz passando mal… Depois que o avião pousou, o Rafael já estava melhor e a cadeira de rodas não foi necessária. Depois que tudo passou demos muita risada mas na hora foi um sufoco danado.

    Aproveitamos o final da tarde para ir à uma feira local e andar pela cidade de Nasca. Acabamos comprando muitas frutas e foi só isso que jantamos. Além da cerveja que não poderia faltar… Estava uma noite muito agradável e ficamos na varanda do hotel jogando conversa fora.
    Amanhã temos mais estrada.

    Km : 438 Lima – Nasca
    Weather : sunny
    Temperature: min 21 and max 30

    We left Lima early and it was quiet and no traffic, very different from when we arrived. The roads are still very good and a lot of straights… very straight. Straight until you lose sight.

    Right before arriving in Nasca we stopped at the overlook to see the famous Nasca lines, to be honest we did not see much because the viewpoint is not so high. We arrived in Nasca and went straight to have lunch in a very good, cheap and well catered restaurant. It is the same restaurant that our parents had already eaten when they were on their way to Lima to meet us.

    Then we went to the airplane tour to see the Nasca lines. It is impressive to imagine how they have created these things over a thousand years ago and the lines and figures are still so sharp. It was really awesome. The bad part was the Rafael fell sick with motion sickness, letting go all the lunch. It was a very small plane that shifted a lot due to wind and the maneuver all the time. All helped to ruin Rafael’s stomach. He was sweating cold and throw up. Well at least he has taken his hat because it served quite a bit… Af !

    He was so sick that the last figures he could not observe them. Partially due to the fact that he was completely pale, cold sweat and vomiting and also because I was on his side helping him. The funny thing was that I’ve asked D.Elcira (Rafael’s Mom) to ask the pilot to “stop ” the plane because Rafael was very sick. It was intense moments, with D.Elcira trying to find paper in the bag so I could help Rafael as it was me who was beside him on the plane.

    We couldn’t wait for that little plane to land and to our surprise when we landed we found they were waiting with a wheelchair. From above the pilot advised that he had a sick boy… After the plane landed, Rafael was already better and the wheelchair was not necessary. After all the intense moments, we had a good laugh but at the time it all happened it was a darn hard time.

    We took advantage of the nice afternoon to go to a local market and walk around the city of Nasca. We ended up buying lots of fruits and that was all we dined. Beyond the beer I could not miss … It was a very enjoyable evening and we were on the balcony of the hotel goofing off.
    Tomorrow we have more roads to cover.

  • 2013/12/07 – Um dia tão esperado / A long awaited day

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    Km: 396 – Tortugas (Casmas) – Lima
    Tempo: sol
    Temperatura: min de 21 e max de 28

    Acordamos com as tartarugas já que estávamos na praia das Tortugas, sim acordamos antes mesmo do amanhecer. A praia das Tortugas é um local muito belo, praticamente só tinha nós dois de turistas, o resto só locais.
    Só nos resta pegar a estrada bem cedo porque hoje temos um encontro muito especial com os nossos pais que saíram do Brasil e vieram nos encontrar no Peru.
    Antes mesmo de tomar café da manhã conseguimos rodar uns 300km.

    Conseguimos achar um local um pouco mais decente para tomar café da manhã quando estávamos a uns 80km de Lima. Nossa, como o Peru é fraco para essas coisas, você tem que fazer um esforço danado para achar o básico. Nem uma barraquinha de fruta nas infinitas retas de estrada você encontra. Também com esse areiao todo e tão seco do jeito que é… Existem lugares aqui no Peru que não caí uma gota de água à meses… É tudo muito seco, até brincamos que é tanto pó que no final do dia sai um tijolo de dentro do seu nariz… Cruzes!!!

    Chegando em Lima pegamos um trânsito que demorou 1 hora e meia para fazer 20km. Um verdadeiro horror, fora os berros que tivemos que dar no trânsito, que povo mal educado, aonde tem um espaço eles se enfiam, vem para cima de você. Cansamos de bater com a mão nos espelhos dos carros, informando-os que espelho existe por uma razão. Não adianta, eles são assim e não vamos mudar o mundo. É realmente estressante dirigir no Peru, fora as buzinas… Eles buzinam por nada!!!

    Após atravessar o trânsito horrível achamos o hotel que nossos pais estavam, seguimos as coordenadas do GPS e voilà, certinho.
    Bom, não precisamos contar o prazer,  a alegria, a satisfação sem tamanho de poder encontrar com nossos pais aqui no Peru. Sabemos o quanto eles ficaram apreensivos desde que partimos de Toronto, coisas de pai e mãe. Quando nos vimos, nossa que alívio e a partir de agora é uma nova viagem. Vamos curtir cada segundo destes momentos únicos. Quanta saudades…

    Saímos para almoçar juntos e seguimos  para fazer um tour por Lima: Bairro de Miraflores, Barranco, Chorrillos e a praia. Que lugares belos. Hoje de manhã mais uma vez entramos em Lima pela porta dos fundos, mas aí fomos conhecer a porta da frente.
    Lima, uma cidade enorme com tudo que você imagina. A noite saímos para conhecer o centro histórico que é muito belo e para variar pegamos um trânsito horrível, estava acontecendo uma corrida na cidade então muitas ruas estavam fechadas. Foi sofrido voltar ao hotel devido ao trânsito.

    Vamos dormir porque amanhã vamos para Nasca.

    Mileage: 396 km – Tortugas (Casmas) – Lima
    Weather: sunny
    Temperature: min de 21 e max de 28

    We woke up with the turtles before dawn. The beach of Tortugas is a very beautiful place, practically we were the only two tourists in one of few hotels.
    We got on the road early because today we have a very special meeting: to meet our parents who left Brazil and came to meet us in Peru.
    Before we even had breakfast we rode about 300km.

    We managed to find a slightly more decent place to eat breakfast when we were about 80km from Lima. Northen Peru is weak for those things, you have to make an effort to find the darn basic. Not even a fruit stand in endless straight road you can find… The dryness and dust does not help. There are places in Peru that not a single drop of rain fell in months… It’s all very dry, we even joke that is so dusty and dry that at the end of the day you can find a brick inside your nose… Yikes!

    Arriving in Lima took us 1 ½ hours to do 20km. A true horror, as we had to scream in traffic to the poorly educated people. In any space they find, they shove their car on you. We  got tired of hitting our hands in the mirrors of their cars informing them that mirror is there for a reason. It does not matter, they are like that and we will not change the world. It’s really stressful driving in Peru… They honk for nothing!

    After going through the horrible traffic we found where our parents were, we followed the GPS coordinates and voila, got there just right.
    Well, we don’t need not mention the pleasure, joy and satisfaction that is meeting with our parents here in Peru. We know how much they were apprehensive since we left Toronto, things of father and mother. As we saw them, they were relieved and now is the beginning of a new journey. Let’s enjoy every second of these unique moments. We will miss it…

    We went out for lunch together and headed to do a tour of Lima: Miraflores, Barranco, Chorrillos districts and the beach. What a beautiful place. This morning once again we entered Lima through the back door, but we know where the front door is.
    Lima is a huge city with everything you can imagine. In the evening we went to see the old town which is very beautiful and got stuck in a horrible traffic once again, a street run was going on in the city and many streets were closed. We suffered on the way back to the hotel due to traffic.

    Let’s sleep because tomorrow we are heading to Nazca.

  • 2013/12/05 – Vento e muito po / Windy and lots if dust

    Partimos cedo de La Troncal pois hoje temos fronteira para cruzar.As estradas do Equador continuam boas, com alguns trechos em obras, daqui um tempo tudo estará duplicado, aí sim é moleza…

    A paisagem mudou bastante, bem plano e muita, mas muita plantação de banana. Dos dois lados da pista só o que você vê é banana. Chegamos na fronteira e fomos seguindo, quando vimos já estavamos no Peru e achamos estranho demais, pois tínhamos que fazer a saída no Equador. Já no Peru nos informamos e descobrimos que tínhamos que voltar uns 6km para fazer a saída da moto do Equador. Isso mostra que a sinalização em relação a importação temporária de veículos não é lá essas coisas.O trâmite em relação a saída da moto do Equador foi demorado demais, tinha uma moça trabalhando e o resto tudo batendo papo. Tivemos que reclamar para nos darem atenção.A boa notícia é que os trâmites para saída do Equador e entrada no Peru são tudo no mesmo prédio.Maravilha, não precisamos ficar de desce e sobe na moto.

    Outra demora para fazer a importação temporária da moto no Peru. Até parecia que as duas pessoas que nos atenderam não tinha experiência nenhuma… Dai-nos paciência.Depois de 2 horas em fronteira, hora de seguir viagem. Não resistimos e paramos em Sullana para água de coco e manga. Pedi uma faça emprestada e ali mesmo cortei e saboreamos a manga.Incrível como a paisagem muda deals no Peru: muto seco, poeirento e com muito vento. E com umas retas de perder de vista. Perguntamos quando choveu aqui a última vez e eles não lembram… Ou seja é seco pacas.

    Chegamos em Piura durante o dia e achamos o bom hotel Sol Maria no centro. Foi o tempo de tomar banho, tirar o pós do corpo, comer algo e dormir!

    Mileage: 526 km   La Troncal, Equador – Piura, Peru
    Weather : Sunny and lots of heat
    Temperature: min de 22 e max de 28

    We left early from La Trocal as we have a border to cross today. The roads in Ecuador continue to be excellent, with some stretches under construction.  Soon it all be separated highways… And then it will be easy.

    The scenery changed a lot: Flat with lots and lots of banana crops. On both sides of the road the only thing you can see is bananas. We arrived at the border and when we noticed we were already in Peruvian soil, we thought that was weird, as we needed to exit Ecuador. In the Peruvian border we asked and we learned that we had to go back 6 km to complete the bike exit from Ecuador. This shows that the signs in relation to the temporary importation of vehicles is not the greatest. The process in the Ecuadorian side to exit with the bike took forever, as only one person was working and the others were talking. We had to complain, so we could get a bit more of attention. A bit of good news is that the migration process is combined,  and you exit Ecuador and enter into Peru in the same place. Awesome, no need to get on, get off the bike.

    And bit of time was spent doing the bike importation into Peru, it seemed that the 2 people who helped us didn’t know the process… Give us patience. After 2 hours doing the border procedures we could hit the road. We could not resist and stopped in Sullana to coconut water and eat mangoes.  We’ve borrowed a knife and enjoyed it right away. In Peru it is incredible how much the scenery changed,  very dry, dusty and wind. Lots of straight roads and we asked when was the last time it rained and the guy could not remember… Só it is very dry.

    We arrived in Piura during daylight and found the good Sol Maria hotel in the downtown area. It was only matter having a shower to get rid of the dust, eat something and go to bed.

  • 2013/12/03 – Centro do mundo / Middle of the World

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    Km:250 Tulcan – Quito
    Tempo: nublado, alguns trechos ensolarado e alguns com uma chuva bem fraca
    Temperatura: min de 8 e max de 24

    Acordamos cedo e saímos de Tulcan, mas antes verificamos a pressão do pneu traseiro mais uma vez para ter certeza de que não teríamos problemas…
    As estradas do Equador são ótimas, coisa de 1o. Mundo quando comparamos com as estradas que passamos até agora. Alguns trechos com pista duplicada, na maioria pista simples mas em ótimas condições e até agora todas elas pedagiadas. Moto paga, mas é barato, apenas 20 centavos de dolar americano. E a gasolina então… Muito barato!!!! Um galão custa 2 dólares, Rafael até pensou em encher umas garrafas plásticas para quando a gasolina ficar mais caro… Era só o que faltava… Já imaginou nos carregando gasolina extra na moto??? Coisa de mão de vaca, digo, Rafael. 🙂
    Todas as estradas muito bem policiadas e o povo respeita muito mais, respeitam velocidade, respeitam quando atravessa povoado…
    Ahhh, e o povo Equatoriano é muito acolhedor, todos eles se aproximam para conversar e sempre oferecem ajuda.

    Estávamos bem perto para chegar a Metade do Mundo quando novamente sentimos a moto balançar a traseira. Adivinha só, o pneu estava murchando mais uma vez. Pela terceira vez temos que parar e arrumar sempre o mesmo furo!!! Achamos uma borracharia e mais uma vez o borracheiro colocou o tal do macarrão para consertar, mas logo vimos que isso não ia aguentar por muito tempo.

    No caminho para Metade do Mundo estávamos de olho em algum lugar que pudesse fazer um serviço decente e definitivo. A solução seria desmontar a roda e colocar um patch por dentro do pneu. Achamos um lugar que até então nos pareceu que ia resolver o problema. Tudo estava indo ótimo até quando o rapaz riscou a roda quando encaixando o pneu. Rafa ficou doido, espumava de raiva e logo começou a reclamar do serviço. Ele falou um monte para o rapaz que ficou até sem reação. Infelizmente acho que o rapaz queria fazer o serviço correndo e não tomou cuidado algum. Resultado, a roda ficou tão riscada que o Rafael fez o rapaz lixar o alumínio da roda para melhorar um pouco.

    Fazer o quê, o problema já estava feito e não adiantava reclamar. Pneu consertado, hora de conferir se o problema foi realmente resolvido. E não é que ainda estava vazando pressão? Bem pouco mas estava. Não deu outra, aí que o Rafael ficou mais doido de raiva ainda. Enfim, pagamos e demos o fora, de nada ia adiantar reclamar mais e fazer o rapaz refazer o serviço, capaz de riscar ainda mais a roda… Seguimos em frente e até consertar isso de vez teremos que checar a pressão todos os dias.

    Passado o stress do pneu chegamos na Metade do Mundo. Para falar a verdade não é a metade do mundo, conferimos com o GPS e o mesmo mostra que a metade do mundo seria uns 300 metros ao norte. Mas valeu, naquela época não tinha GPS então… Vamos dar um desconto. 🙂
    Conhecemos toda a área do marco da metade do mundo e seguimos para Quito, direção: Restaurante Ecuaviche indicado por minhas queridas amigas equatorianas Cintia e Lilian.

    Cintia e Lilian: não temos como agradecer pela indicação, simplesmente maravilhoso! Rafael matou a vontade comendo ceviche e eu comi camarão que estava saboroso demais. A todos que um dia visitarem Quito não deixe de comer no Ecuaviche, comida de qualidade!
    O nosso muito obrigado a minhas queridas amigas por todas as indicações.

    Visitamos o centro histórico de Quito que é muito legal, as igrejas são lindíssimas. Até missa assistimos na Igreja de São Francisco Xavier afinal de contas só temos a agradecer!!!

    Km: 250 Tulcan – Quito
    Weather: cloudy, sometimes sunny and some very light rain
    Temperature: min of 8 and max of 24

    We left Tulcan early but before we checked the rear tire pressure once more to make sure that we would not have problems…
    The roads in Ecuador are great with some doubled stretches, mostly single lane but in great condition and so far all of them tolled. They charge motorcycle but it is very cheap, only 20 US cents. How about the gasoline… Very cheap!! A gallon costs $2, Rafael thought of filling up a plastic bottle for when the gas gets more expensive… Can you imagine us doing it? Just silly. This is cheapskate thing, I mean Rafael thing. 🙂

    All roads are very well policed ​​and the drivers respect the speed limit as well when passing through small cities. Also the Ecuadorian people are very welcoming, they all approach to talk and always offer help.

    We were close enough to reach Half of the World when once again we feel the rear tire acting weird. Guess what, again a flat tire and for the third time we have to fix the same hole! We found a tire repair shop and the guy fixed it but we did not believe it was going to last.
    On the way to Half of the World we were looking for a tire shop that could do a decent and permanent job. The solution would be to remove the wheel and put a patch inside the tire. We found a place that until then seemed to us that would solve the problem. Everything was going great until when the guy scratched the wheel very badly when fitting the tire. Rafael went crazy, he was really mad and soon began to complain about the job. He complaint a lot to the guy who seems not worried at all. Unfortunately we think the guy wanted to finish the job very fast and was careless. As a result the wheel was badly scratched that Rafael asked the guy to sand the aluminum wheel to improve a bit.
    Well, we cannot do anything more and keep on complaining was not going to resolve anything.
    Tire repaired, time to check if the problem was really solved. We could not believe when we saw that it was still leaking some pressure, very little but it was. Rafael got even crazier and anger. Anyway, we paid and left, it was useless to complain more and the last thing that we want is that the same guy touch the shell again, he could cause a bigger problem. Let’s move on and for now we will have to keep on checking the pressure every day.

    After the stress with the tire we arrived in Half the World. To speak the truth is not half the world, we checked with GPS and it shows that half the world would be about 300 meters north. Fine, at that time GPS did not exist then … Let’s ignore it and enjoy. 🙂
    We visited all the Half the world area and went to Quito, direction: Restaurant Ecuaviche indicated by my dear Ecuadorian friends Cintia and Lilian.

    Cintia and Lilian: We can not thank you enough for your help, it was amazing! Rafael fulfill his desire to eat ceviche and I had shrimp that was so tasty. To all of you, if one day you visit Quito please be sure to go to Ecuaviche restaurant.
    Our many thanks to my dear friends for all indications.

    We visited Quito’s historic center which is very beautiful, all churches are so gorgeous. We even watched a mass at Saint Francisco Xavier church after all we only have to thank!

  • 2013/12/02 – Adeus Colombia – Olá Equador / Goodbye Colombia – Hello Ecuador

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    Km: 280 Patia (El Bordo), Colombia – Tulcan, Equador
    Tempo: nublado de manhã, sol e alguns trechos com chuva a tarde
    Temperatura: min de 13 e max de 27

    Saímos cedo de El Bordo e só paramos para tomar café da manhã em Pastos, depois de uns 160km rodados.
    Hoje passamos por um trecho da Panamericana, entre El Bordo e Pastos que podemos afirmar que foi uma das estradas mais lindas que já passamos em nossas vidas e olha que já temos alguns kilometros rodados… Muito lindo mesmo, nao cansavamos de admirar a paisagem. Uma serra maravilhosa, belíssimas paisagens. Até agora de todos os lugares que passamos desde Toronto este foi o trecho mais bonito.

    Quando você fala de Panamericana como você imagina a estrada? Nós imaginávamos uma estrada bem sinalizada com trechos duplicados devido ao movimento. Engano nosso, só conhecendo mesmo para saber. A Panamericana é uma estrada de pista simples, com alguns trechos bem precários, obras intermináveis, alguns trechos sem sinalização alguma e alguns em bom estado de conservação. Não é uma estrada que você possa andar a uma velocidade constant. Sempre tem de estar de olho em animais ou pessoas que podem cruzar a pista. Enfim, não rende…

    Após Pastos seguimos em direção a Ipiales para visitar a Virgem de Las Lajes, uma igreja que foi construída na rocha e muito importante para o povo Colombiano. Muito bonita!

    Hoje também paramos para verificar o Cardan, Rafael estava encucado com o fato do que aconteceu ontem (da moto não ter forca). Talvez seja pelo fato de falta de graxa, pegamos tanta chuva que talvez tenha lavado toda a graxa. Mais uma vez fomos o centro de atenção do lugar, teve um momento que tinha uns 6 homens em volta de nós e da moto. Praticamente o Rafael que fez tudo, ele que desmontou e montou tudo e o rapaz só colocou a graxa.

    Seguimos viagem em direção a fronteira Colombia – Equador. Que diferença de todas as fronteiras que já passamos, bem organizado, não tem aquela gente colando oferecendo serviços.
    Fizemos a saída da Colômbia o que foi super rápido, hora de fazer a entrada no Equador. Também foi super tranquilo, bem organizado. Na fronteira encontramos com 2 rapazes (um deles Canadense de Alberta e o outro Israelense) também viajando de moto, desde o Alaska e vão seguir até o Ushuaia. Trocamos algumas experiências e seguiram viajem.
    Tudo certo na fronteira do Equador, hora de seguir viagem. Rodamos poucos metros e sentimos o pneu esquisito. Paramos para verificar e adivinha… Estava furado!
    Fomos atrás de borracharia para consertar e descobrimos que estava furado no mesmo lugar que já tínhamos consertado na Guatemala. O rapaz da borracharia tentou arrumar, mas mesmo assim estava vazando ar. Rodamos a cidade de Tulcan atrás de uma borracharia que arrumasse pneu sem câmara, acabou ficando tarde demais e não vamos pegar a estrada a noite. Só nos resta dormir por aqui.

    Km : 280 Patia (El Bordo), Colombia – Tulcan, Ecuador
    Weather : Cloudy in the morning, sunny and very light rain in the afternoon
    Temperature : min of 13 and max of 27

    We left early from El Bordo and stopped after 160km to have our breakfast in Pastos.
    Today we went through a stretch of the Pan American, between El Bordo and Pasts that we can say it is one of the most beautiful roads we have ever drive in our lives. Very gorgeous road, we could not stop to admire the scenery. Beautiful mountains, gorgeous landscapes. Since we started our trip in Toronto it was the most beautiful stretch.

    When you talk about Pan American highway, how do you imagine it? We imagined a busy highway very well maintained but we were wrong. The Pan American highway is a single lane with some very precarious stretches, constructions everywhere, poor signaling and few stretches in good condition. There are mens working to improve the highway but it is very slow, looks like it will take years and years to fix everything. Pan American is not a highway that you can drive in a constant speed. You have to watch for animals and people that can cross the highway at anytime.

    After Pastos we went towards Ipiales to visit the Virgin of Las Lajes , a church that was built on the rock and very important for the Colombian people. Very beautiful !

    Today we also had to stop to check the shaft, Rafael was worried with the fact of what happened yesterday (the bike lost power) . It could be because of lack of grease , we got so much rain that may have washed the grease. Again we were the center of attention, there was a moment that I counted 6 men around us and the bike. Rafael did everything, he dismounted and mounted everything and the guy just put the grease.

    We continue our journey towards Colombia border and Ecuador. What a difference from all the boundaries that we have passed, this one was well organized and did not have the folks running after you to sell their services.
    It was fast to exit from Colombia, all paperwork was easy and fast. Time to do our entry into Ecuador which was also fast and well organized. At the border crossing we met 2 guys (one Canadian from Alberta and the other Israeli) also traveling by motorcycle from Alaska to Ushuaia. We exchanged some experiences and let’s keep on going.
    After we left Ecuador border we drove few kilometers and felt something odd with the tire. We stopped to check and guess what… Flat tire!

    We went to repair it and found that the problem was exactly on the same spot as we fixed in Guatemala. The guy from the tire shop tried to fix it but it was still leaking air.
    We ran Tulcan city after a tire shop that can fix tubeless tire, it ended up too late and we don’t want to hit the road at night. Better to sleep here.

  • 2013/12/01 – O medo toma conta de nós

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    Km: 358 Gigante – San Agustín – Patia (El Bordo)
    Tempo: Nublado e muita, mas muita chuva pela tarde
    Temperatura: min de 12 e max de 28

    Acordamos cedo e partimos de Gigante. Seguimos em direção a San Agustín para visitar a aérea arqueológicas. Muito legal, o parque muito bem organizado, limpo, sinalizado e o primeiro parque que visitamos que oferece serviço de guarda-volumes. Fantástico!!!
    Todo o parque muito legal, uma linda vista de um mirante, valeu a pena o esforço da subida.

    Saímos de San Agustín e seguimos em direção a Popayan, pensávamos que seria uma estrada como outra qualquer, engano nosso e aí que começa a história. Lembre-se que estas são as nossas opiniões e experiências pessoais. O mais interessante é que perguntamos sobre as condições da estrada para várias pessoas, inclusive alguns policiais e todos disseram que estava boa. Além do que olhando no mapa esta é uma estrada principal e a única que liga as cidades de San Agustín e Popayan.

    Estava indo tudo bem até quando o asfalto simplesmente acabou, pensamos que apenas seria um pedaço em manutenção (bem comum nas estradas da Colômbia). Que engano, a estrada só começou a piorar cada vez mais e para ajudar muita chuva caindo. Aquele pedaço de estrada sem asfalto que nos achávamos que já ia terminar nunca terminava e para piorar ainda mais o trânsito diminuiu bastante. Continuamos pois não tínhamos outra opção, debaixo de chuva forte, estrada ruim demais, com muita curva, no meio da mata e deserta.
    Não vamos mentir que o medo bateu forte, todos nós sabemos de muitas histórias da Colômbia, suas guerrilhas e tudo mais. Muita coisa passou por nossas cabeças, ainda mais que já tínhamos lido um livro de um rapaz que viajou pela Colombia de moto (uns 10 anos atrás) e infelizmente sua história não foi feliz, o sequestraram, enfim, um horror.
    Toda a situação que estávamos vivendo nos fez com que ficássemos muito apreensivos: a estrada estava ruim demais, simplesmente não tinha asfalto algum, o trânsito diminuiu e muito, aquela chuva horrível, muitas curvas, subimos a uns 3400 metros de altitude, só floresta em volta… Sinceramente quase tivemos um treco de tanto medo, não dá nem para descrever, só quando se passa por isso que entende. A estrada era muito bonita, mas quem disse que conseguimos curtir isso, o medo falava mais alto.

    Até que encontramos com caminhões naquela estrada horrorosa, contando ninguém acredita que naquela estrada passa caminhão e dos grandes! Mais para frente encontramos com um ônibus de linha, foi quando o Rafael simplesmente colou no ônibus e fomos juntos. Sabemos que isso não é segurança nenhuma, mas pelo menos esta foi a forma um pouco mais confortavel que achamos de rodar todos aqueles kilometros daquela estrada horrível. E assim foram os inesquecíveis 100 km rodados em 3 horas, uma eternidade. Em poucos metros de estrada o asfalto aparecia então sempre tínhamos a impressão de que a estrada ia melhorar, mas era puro engano.

    E para piorar a situação ainda mais depois que passamos um povoado muito pequeno, o ônibus que estávamos seguindo colado parou, a partir desse ponto estávamos sozinhos. E não é que depois de uns kilometros do povoado a moto reage esquisito demais, parece que não tinha mais forca para subir. Rafael para e eu desço para conferir se não era o pneu furado, aí Rafa desce, colocamos a moto no cavalete central e Rafa verifica se não é diferencial ou outro problema do gênero. Não achamos nada de errado. Não temos saída, essa moto tem que ter força para sair daquela estrada. Nessa hora meu coração quase sai pela boca de tanto nervoso. Subimos na moto e lá vamos nós. Começamos a descer a serra em uma estrada com muito barro, até caminhão atolado tinha… E chamam isso de estrada!

    Enfim, não achamos nada de errado com a moto e depois que começamos a descer a serra ela não apresenta mais o mesmo sintoma. Ficamos pensando o que seria??? A única hipótese seria em relação a altitude… Será que a moto perderia a força por causa da altitude??? Incógnita.

    Mas é claro que para completar o dia com chave de ouro algo mais deveria acontecer. As estradas estão cheias de obras, existem muitos trechos aonde apenas passa 1 carro por vez. Em uma dessas paradas o guidao da moto mexeu e não é que o Rafael se desequilibrou e a moto deitou. Óbvio que não é possível segurar essa moto. Não sei como eu consegui sair da moto o mais rápido possível antes que ela deitasse de vez no chão e então ajudei o Rafael a erguer a moto. Tem coisas que acontecem que não sabemos de onde tiramos forças. A moto só deitou e o protetor de motor protegeu bem, fez apenas um arranhão no mesmo.

    Depois dos acontecimentos de hoje tenho certeza de que nossos corações estão fortes… Que pavor!!!
    Foi um alívio quando aquela estrada acabou e chegamos na cidade de Popayan. Depois que tudo passou demos boas risadas, esse dia ficará na lembrança para sempre!

    Sabemos que a Colombia melhorou muito e que todas estas histórias de horror que ouvimos são coisas do passado. Viajando por aqui vemos como a presença do exército é forte em todos os lugares e nos sentimos seguros. Mas infelizmente ainda existem casos de guerrilha, drogas… Inclusive em dos postos de gasolina que paramos um senhor não nos aconselhou a pegar uma das estradas por problemas de drogas, guerrilhas etc… Inclusive eles sempre falam: não viaje a noite…
    A Colombia melhorou muito e vai melhorar cada vez mais, temos certeza disso.

    Chegamos em El Bordo já quase noite a única preocupação é achar qualquer hotel. E assim foi feito: sem água quente no chuveiro mais uma vez. Mas desta vez a mulher me disse que todo o povoado não tem água quente porque aqui faz muito calor… Af! Ninguém merece… 🙁

    Agora só nos resta dormir porque amanhã pisamos em solo equatoriano.