Jalapão

 

Jalapão 2003
Resumo
Diário de Bordo

13/Agosto/2003 - quarta-feira
Jalapão (Ponte Alta do Tocantins-TO - Mateiros-TO)


Km inicial: 30017 km
Km final: 30126 km
Km percorrida: 109 km
Condição de tempo: sol e muito calor

Acordamos às 7:00 hs e fomos tomar café, e que café! Logo em seguida começamos a nos preparar para colocar o pé na estrada. Às 10:30 hs estávamos na bifurcação para Mateiros, onde existe a placa de indicação para a Cachoeira da Velha. A volta foi menos sofrida pois já conhecíamos os trechos ruins.

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Um dos milhares de "poçoes de talco" que passamos e a foto após o nosso primeiro tombo

Seguimos para Rio Novo, são 48 km do trevo da cachoeira da Velha para Rio Novo. A estrada contava com alguns poços fundos com um talco marrom, que afundava quando a moto passava por este. Chegamos no Rio Novo as 12:30 hs e ficamos nadando até as 14:30 naquela água deliciosa. Almoçamos nossas frutas secas, barra de cereais e muita água.

No vilarejo do rio novo tivemos uma cena no mínimo pitoresca: Chegando no Rio Novo vimos uma vila com algumas casinhas. Avistamos uma placa com os dizeres: vende-se sorvetes.
Tinha uma senhora sentada em uma cadeira fazendo o artesanato com o capim dourado.O nosso dialogo foi assim :

Liliane : Oi, eu vi a placa ali que aqui vende sorvete.
senhora : eh !
Liliane : Aonde vende ?
senhora : ali (e apontou a escolinha)
Liliane : quem vende ? (já que a escolinha estava fechada)
senhora : eu

Nós, com toda a nossa ansiedade típica de pessoas da cidade grande pensamos: Por que a mulher não é mais esperta e não fala logo que ela vende e faz a propaganda do sorvete dela? Nossa, que povo enrolado. Para conseguir alguma informação é muito difícil.

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A escolinha do Rio Novo, onde tomamos sorvete e descansamos um pouco

Mas ai que está a grande diferença de viajar desta forma, o contato com o povo e com sua cultura é muito importante. Tínhamos certeza que se viéssemos com um caminhão de excursão, com ar condicionado e todas amenidades, não teríamos tido todas essas experiências de vida que estávamos passando.

Pegamos a estrada até as Dunas a estrada estava razóvel e com uns trechos de areião. Apenas tivemos o nosso primeiro tombo, em um trecho de areia muito forte. Felizmente nada aconteceu a nós e a moto. Notamos também que o vento sempre sopra de leste para oeste.

Chegamos na bifurcação de entrada para as dunas após rodarmos 11 km. Paramos a moto e analisamos. Era um areião fofo demais. Não tivemos coragem de colocar a moto. Se fossemos com a moto sofreríamos muito mais. Pensamos um pouco e deixamos a moto mais à frente da bifurcação. Seguimos em uma direção reta ao pé do morro e com a ajuda do GPS calculamos bem certinho para andarmos o mínimo possível.

O sol estava demais, calor horroroso. Pegamos os capacetes, água e mala de tanque e seguimos para as dunas. Tínhamos obtido informações na pousada do Jalapão sobre deixar a moto na beira da estrada e formos informados que não havia problema algum e tínhamos que tirar a neura de São Paulo!

 
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O trecho de areião para chegar às dunas

Andamos 5 km a pé debaixo de muito sol e areião muito fofo. Chegamos exaustos. Mas como sempre, a vista compensa qualquer esforço... É lindo ! Quando avistamos as Dunas não acreditamos, parecia miragem !!! Vimos o pôr-do-sol, mais do que maravilhoso.

Por sorte, encontramos com um casal que foram ver o pôr-do-sol com a guia da Pousada Planalto, de Ponte Alta, pegamos carona com eles até a moto, mas no caminho o pessoal da Pousada do jalapão viu a moto parada na estrada principal e resolveram nos resgatar. Ficamos contentes pelo cuidado e agrademos. Sentimos a quanto uma caminhonete 4X4 sofre para passar naquele areão. Pegamos a moto à noite e pé na estrada.

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As dunas do Jalapão, com a serra do espirito santo ao fundo. Notem a perfeição do vento esculpindo a areia

Que estrada ! Muitos poços com um talco marrom. A estrada era até que boa e de uma hora para outra você caia dentro daqueles poçoes com areião marrom. Passamos cada susto. Em um dos poços a moto atolou, simplesmente o areião cobriu a roda traseira da moto. Liliane desceu da moto e cavocou com a mão para liberar a roda, mesmo assim não saía, aí começamos a forçar a moto um pouco para frente e um pouco para trás. Até que conseguimos tirar a moto.

Em outro poção de areia o Rafael passou bem, mas quando saiu para terra firme, a perna dele estava tão mole que ele não conseguiu segurar a moto e então a moto cai com tudo no chão. Que susto! Corri para ajudar a erguer a moto. Erguemos com um certo esforço. O cansaço era tão grande e a cabeça não raciocinava mais, tanto que o Rafael esqueceu de colocar o pezinho na moto e a moto cai do outro lado com tudo. Mais um susto! Sofremos mais uma vez para erguer a moto. Mas tudo bem, não aconteceu nada de mais, só o susto mesmo. Andamos mais um trecho, sempre com a estrada em péssimas condições.

O guia da Pousada do Jalapão havia nos informado que até o pé do morro das Dunas os poções de areia ainda existiam. Estávamos tensos, queríamos que tudo isso acabasse logo. No caminho ainda para Mateiros vimos ate cobra. Em uma bifurcação tivemos que recorrer ao GPS, pois do contrário teríamos tomado a estrada velha que percorre um trecho maior e está muito pior. Um outro detalhe são as pontes que também estão em péssimas condições.

Quando avistamos as luzes da pequena cidade não acreditávamos. Chegamos em Mateiros às 20:00hs, cansados, sujos e com muita fome após ter percorrido os 30 km mais dolorosos de toda viagem.

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O nosso estado após os piores 30km de estrada.

Tomamos um banho de 1 hora e meia, aproveitamos para lavar as coisas, o caldo que escorria era marrom e tingiu algumas roupas. Saímos para jantar em um restaurante na entrada da cidade. Voltamos e dormimos cobertos com o mosquiteiro, senão os pernilongos nos carregariam.

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