Triângulo na América |
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02/Janeiro/2001
- sexta-feira Dormimos muito bem com chuva a noite toda e um frio ótimo para ficar debaixo das cobertas (estamos a mais de 3500 msnm). Descansamos bem para podermos viajar até a Bolívia e conhecer o famoso parque Lauca. Após tentarmos fazer o carro pegar 16 vezes, fomos para o centro da pequena cidade de Putre para procurarmos o mapa da Bolívia que devemos ter trazido e tentar ligar para o Brasil. Aqui só tem uma central telefônica e está sempre cheia pois só tem 4 telefones para a cidade inteira. Daqui de Putre, não conseguimos usar os serviços a cobrar automático da Embratel (800 800 272) pois os telefones são só Entel (que tem um serviço via telefonista mais demorado). Saimos da cidade às 11:45hs subindo ainda mais e tentando ver as montanhas apesar da tradicional neblina. Chegamos ao posto de guarda parques Las Cuevas às 12:15hs mas, apesar do horário ser 9 às 12:30hs e 13 às 17hs, estava fechado. Assim, temos que seguir e tentar ver o que for possível por nossa própria conta… Vimos alguns mirantes e os picos que estavam totalmente cobertos da outra vez que viemos. O parque é muito bonito e bem sinalizado, mas as reservas naturais são muito longe – não termos as dicas de Las Cuevas nos fez falta… Chegamos a Parinacota às 12:46hs, pequena vila pastoral, com uma igreja colonial reconstruída em 1789. A igreja é bem interessante e a cidade está a apenas 5 km da estrada internacional. Compramos um artesanato local que é basicamente a base de pelos de alpacas. Como nesta época o tempo não ajuda, as vendas estão fracas e ajudamos uma senhora local comprando roupas para o frio que podem ser úteis. Estamos a apenas 20 minutos da Bolívia. O tempo abriu mais um pouco (ainda não ficou o ideal) mas deu para ver vales e cumes brancos muito lindos! Definitivamente o verão não é uma boa época para conhecer este parque – começou a chover forte de novo (inclusive com neve de novo!). Chegamos à fronteira às 13:35hs e só conseguimos sair às 14:25hs depois de muito esperar o almoço deles ou sei lá o que… Mas não revistaram nada e permitiram a saida sem nenhum problema. Agora nossos passaportes tem 2 entradas e 2 saidas do Chile… Lá fora, no vento, a temperatura é de 2ºC, a 4667 msnm. O controle de fronteira da Bolívia é bem brando, pagamos o pedágio de 1000 pesos e, às 15hs já estávamos rumo a La Paz (280km da fronteira). A chuva no lado boliviano aumentou ainda mais dando muito pouca visibilidade. Depois de um pequeno trecho, o tempo melhorou bastante com sol e temperatura agradável. A estrada é muito boa e sinalizada – a grande diferença agora é o grande número de pessoas andando a pé pelo acostamento e pedindo carona a quem passa. Não se passa por nenhuma cidade até La Paz. São 300km de muitos vilarejos pobres, com casas de madeira e montanhas ao fundo. À beira da estrada vê-se muitas criações (gado, ovelhas) mas nenhum posto de gasolina (só tem umas casinhas pobres que vendem combustível nas pequenas vilas à beira da estrada). Chegamos a La Paz às 19hs, por uma entrada muito pobre, parecendo as favelas do Brasil, mas tudo com mais espaço. A cidade fica ao pé da Cordilheira a quase 4000 msnm. Chegamos ao centro e a imagem não muda. O jeito é não chamar muita atenção por aqui… Quando se tem uma imagem da cidade, é assustador: parece uma grande favela, com ruas estreiras e pessoas andando por entre os carros. Todos muito pobres no meio de um trânsito caótico – DECIDIDAMENTE, LA PAZ NÃO É UMA CIDADE PARA SE VISITAR DE CARRO! A avenida pela qual chegamos leva direto ao centro (não há indicações ou placas em lugar algum) que é completamente caótico com policiais em todas as esquinas. Na intenção de voltar e pegar uma das únicas avenidas com indicação – Autopista, fizemos uma conversão a 180º pois não tinha nenhuma placa proibindo. Ai que vimos uma guarda em uma moto pedindo-nos para parar pois tínhamos cruzado a pista contrária. Conversamos algumas vezes e pedimos para ele nos indicar a saida para a fronteira com o Peru ou para o lago titicaca. Ele mandou que o seguissemos e, parou de novo de forma a que tivemos que conversar de novo. Choramos no sentido de não termos que ir ao centro policial para pagar o boleto no banco. Ele falou que só teria jeito se pagássemos a gasolina da moto dele (depois de eu perguntar quanto seria a multa). Ele chutou que a multa deveria ser de US$100 (que duvidamos) e sugeriu que déssemos US$30. Pegamos o regalo para ver no que dava e, além de pegá-lo, pediu ainda US$20. Por sorte eu tinha trocado e lá foi US$20 para não ter mais dor de cabeça nesta cidade horrível. Buscamos a saida da cidade, nos perdemos e, por fim, os bombeiros nos ajudaram a sair (pela mesma pista que chegamos) para Copacabana (que pelo único mapa que tínhamos era no meio do lago titicaca). Conseguimos abastecer com dólares e trocar alguns bolivianos (a moeda daqui). O jeito agora é rezar para que encontremos algum lugar para ficar em San Pablo, Tiquina ou Copacabana… No meio do caminho, quase anoitecendo vimos as margens do lago Titicaca, e com isso começaram a aparecer algumas casas e finalmente hoteis. Paramos no primeiro hotel grande que havia, mas este era um 5 estrelas, que cobrava US$ 80,00 por noite, mas estava em manutenção. O atendente nos disse que havia um mais em conta um pouco mais a frente. Era o hotel Pachamama, que estava cobrando 70 bolivianos por um quarto com banho compartido e 120 por um com banho privado, isso representa US$11,00 pelo quarto com baño compartido. Saímos para comer trutas em um restaurante bem próximo com uma mulher muito atenciosa. A truta frita na manteiga com arroz e batatas fritas estava boa. Nos deitamos e pouco tempo depois começou uma festa logo acima, no restaurante. Tínhamos 2 opções: cair na festa ou não dormir. Preferimos trocar de quarto, desta vez com baño privado e mais quieto. |
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