Triângulo na América

 

H o m e
Quem Somos
Resumo
Roteiro

Diário de Bordo

Dicas
Lista Materiais
Números
Fotos
Agradecimentos
Links

Dia Anterior | Próximo dia

06/Fevereiro/2001 - terça-feira
Roboré (Bolívia) - Corumbá - MS
Motorista: Rafael (Giusti nos últimos 100km - os melhores e mais rápidos)
Km inicial: 17200 km
Km final: 17472 km
Km percorrida: 272 km
Condição de tempo: sol forte e muito calor

A noite foi praticamente insuportável, o calor era muito intenso e só tínhamos um ventilador de teto, que não refrescava nada. Pulamos cedo da cama (6:30hs) e como não tinha café da manhã na pousada, procuramos um quiosque para comprar leite e tomar com sucrilhos. Não achamos leite, e o jeito foi apelar para o café preto mesmo.

Tínhamos ainda outro problema, o diesel. Fomos ao único posto da cidade, que por sorte já estava aberto (abre das 7:30hs as 13:00 e depois das 15:00hs as 19:00hs), e pedimos por diesel. Mas tivemos uma surpresa, não havia diesel, e somente as 9:00hs que o caminhão que havia acabado de chegar descarregaria. A total má vontade do pessoal fazia com que demorassem 3 horas para descarregar o diesel nos tanques do posto, mas não tínhamos tempo a perder. Nos informaram que mais a frente havia uma pessoa que vendia a granel, resolvemos arriscar e fomos até ela.

Realmente ela tinha, só que cobrava 5 bolivianos por litro, ante a 3,12 do preço normal. Como não havia jeito, pedimos 4 litros e caímos na estrada.

A estrada continuava uma lama, com trechos bons (60km/h) intercalando com trechos péssimos (20 km/h). Eram mais 240 km de terra até Puerto Soarez, e tínhamos que chegar hoje. A vontade de chegar era imensa e o stress aumentava conforme a estrada piorava e a distância diminuía. Para piorar um pouco, tivemos o azar de ter o pneu traseiro direito rasgado na lateral por uma pedra.

Foi passar por ela e escutar o barulho de ar vazando e sentir o carro puxando. Paramos para trocar o pneu sob um sol escaldante, e quase derretemos. Recompostos do susto, o Claudio assumiu o volante, e o stress aumentava a cada instante, pois o GPS ainda acusava que tínhamos mais 130 km em linha reta até Corumbá.

Para ajuda um pouco mais, a luz de advertência de baixo nível de combustível acendeu, e isso era mais um fator para ficarmos com os nervos a flor da pele. Nas cidades que passamos após termos o pneu furado, ainda pedimos por uma borracharia, para ver se pelo menos ficávamos com um estepe, mas nada.

Só casebres e muita poeira. A vontade de chegar era imensa, e para recompensa de nossas preces, a mais ou menos 80km de Corumbá, passamos primeiro por um martírio, com enormes facões na estrada que insistiam em enroscar nos nossos protetores, mas um pouco mais adiante, a recompensa. Uma estrada de rípio legitima, onde podíamos desenvolver até 110 km/h. Aquilo parecia miragem, e achávamos que já ia acabar, mas para a nossa surpesa, essa estrada perdurou até Puerto Soarez, apesar de as vezes ter alguns buraquinhos escondidos.

Depois de Puerto Soarez, percorre-se um trecho de asfalto até a divisa com o Brasil. Ficamos muito contentes de ter chegado até a divisa as 15:00hs , tanto que pairava no ar uma alegria era imensa e um sentimento de alívio.

A fronteira é seca, pois o Rio Paraguai, que avistamos de longe, faz uma imensa curva em direção a territorio brasileiro e só se vai cruzá-lo a 70km de Corumbá. É também uma festa do caqui, pois ninguém confere nada tanto no lado brasileiro como no lado boliviano. Paramos na alfândega do Brasil, e perguntamos onde poderíamos carimbar a saída da Bolívia nos nossos passaportes, o agente nos informou que tinha que voltar até a Bolívia para fazer isso.

Deixamos o carro no lado brasileiro, e fomos a pé tentar carimbá-lo. Mas a alfândega estava fechada e só abriria 2 horas depois. Decidimos seguir adiante e ir para a concessionária da GM arrumar a S10.

Fomos prontamente atendidos e o carro já foi para a oficina. Foi combinado de trocar óleo e os filtros da revisão de 15.000km. Suspendemos o carro e identificamos que o ruído que tanto nos preocupava pois parecia ser a suspensão dianteira, como sendo o coxim entre a cabine e o chassis (para a nossa sorte).

Tivemos uma excelente passagem pela concessionária (até pelo conserto do pneu que eles providenciaram).

Pegamos o pneu consertado e saímos para conhecer Corumbá – que tem algumas praças e um parque à beira do rio Paraguay que margeia a cidade. Como não achávamos a saída para a BR para Bonito, preferimos comer depois de tanto tempo comendo mal e caro no Mercosul e achamos um restaurante maravilhoso com carne, pizzas e buffet com montes de opções. Comemos muito e nos satisfizemos com o rodízio maravilhoso.

Saímos 20hs para ainda pegar a balsa na esperança de chegar em Bonito ainda para achar um lugar para ficar. Esperamos 2 hs para cruzar o rio Paraguay no meio de muitos caminhões e ônibus com pescadores do pantanal. Pegamos ainda os 350 km de BR totalmente esburacada e com curvas. Saimos perto de Miranda para Bonito em uma estrada também asfaltada nos primeiros quilômetros.

Dia Anterior | Próximo dia

 
  Home | Matérias | Info | Siglas | Quem Somos | Links | E-mail