Triângulo na América |
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20/Janeiro/2001
- sábado Acordamos cedo e tomamos um café da manhã reforçado, pois o dia seria longo. Saímos do albergue e nos dirigimos ao Parque Aconcágua, que fica a apenas 3 km de Puente del Inca. Chegamos no parque as 9:00 hs e apresentamos nossos "permisos" (autorizações) para o Guarda parque. Este somente pediu aonde íamos e nos desejou sorte. Realmente íamos precisar dela. Decidimos, baseado em depoimentos anteriores que iríamos até Plaza Francia, pois era onde teríamos a melhor vista da face sul do Aconcágua. E assim foi feito, após algumas horas de caminhada em um trecho relativamente fácil, (digo relativamente, pois iniciamos a trilha a 2800 m de altitude) chegamos até a segunda ponte, que é um marco onde devemos decidir para que lado vamos. Se fossemos reto, iríamos ate Confluenzia e dai os andinistas chegam ao cume do Atacama. Como havíamos decidido que iríamos até Plaza Francia, tomamos a direita e iniciamos uma dolosa e vagarosa subida. Cada vez mais que subíamos, estávamos mais próximos do Atacama, so que cada vez mais faltava ar. A mais ou menos 3800m, depois de termos andado mais de 5horas e estarmos mortos de cansado e com uma vontade enorme de voltar (apesar de não termos chegado nem próximo a Plaza Francia) encontramos um grupo de Argentinos que ia também a Plaza Francia, estes nos incentivaram a seguir em frente. A paisagem era desanimadora, pois a pouca vegetação que existia já tinha ficado para trás e só existia pedra e poeira. Decidimos seguir adiante, e após mais 1:30hs de caminhada muito cansativa (tínhamos que parar freqüentemente para descansarmos) chegamos próximos a Plaza Francia, paramos um pouco antes a 4106m de altitude (segundo o GPS), e com um vento de rachar e um frio danado (o sol estava encoberto) decidimos fazer meia volta. Mas, sem antes contemplar a face sul do Atacama, é realmente impressionate o seu tamanho, com seus 6959m de altitude, segundo o GPS ficamos a menos de 8km em linha reta do seu cume, realmente é de impressionar. Descemos numa velocidade muito grande, pois o cansaço era imenso, e após 1:30 de decida chegamos a segunda ponte. Ai sim desanimamos, pois até a entrada do parque ainda faltavam 8km (segundo o GPS – em linha reta, o que não é verdade). Voltamos a passo de tartaruga, pois não agüentávamos mais, tentamos de todas as técnicas para nos manter animados, mas mesmo assim o cansaço imperava. Parávamos cada vez mais freqüentemente, e com isso a noite se aproximava cada vez mais. Faltando 3km para o fim da trilha encontramos descendo o grupo de argentinos que nos encontramos na subida até Plaza Francia, estes nos incentivaram um pouco a continuar a descer. Tivemos também uma boa notícia. O Cláudio havia esquecido em um dos pontos de descanso seu Pullover, e o guia dos Argentinos nos pediu se conhecíamos esse Pullover, dissemos que sim. Este veio a nos devolver só na entrada do parque e mesmo assim queria uma cerveja. Dissemos que não tínhamos dinheiro, e fizemos um escambo com um pacote de bolachas e uma caixa aberta de bombons garoto. Chegamos no fim da trilha exaustos, com os ânimos para lá de péssimos, estávamos a beira de um colapso, com direito a uma guerra. Chegamos ao albergue esgotadissimos, só tomamos banho e comemos aquela sopinha e fomos direto dormir. O Claudio foi o que mais sentiu as dores, pois estava moido, além de nosso lábios, que estavam em cacos. Dormimos muito mal devido ao cansaço. Mas o que temos a dizer, é que foi uma loucura caminhar mas de 24km em um único dia, e que as pessoas pensem duas vezes antes de encarar isso. |
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