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30/Janeiro/2001 - terça-feira
Iquique (Chile) - Arica (Chile)
Motorista: Claudio
Km inicial: 14108 km
Km final: 14476 km
Km percorrida: 368 km
Condição de tempo: bom - com sol e temperatura alta (como sempre, de novo, de novo)

Acordamos cedo, pois o movimento na rua em frente do hotel estava grande. As 9:00 já estávamos batendo perna pela cidade. Fomos primeiramente ver as construções em estilo Georgiano que datam de 1880 a 1930, estas em bom estado de conservação. Continuando nossa jornada, passamos pelo teatro municipal e pelo prédio da Sociedad Protetora de Empleados de Itamaraca. A visão estava um pouco prejudicada devido a obras na Praça da Torre do Reloj (estão construindo um estacionamento subterraneo).

Direcionamos depois para a região do porto, onde vimos o Muelle de Pasajeros (porto de passajeiros) que data de 1901, em péssimo estado de conservação e ao lado estava o prédio da Aduana, que hoje abriga o museo naval. Estava meio tarde e decidimos voltar para o hotel e seguir viagem, mas antess passamos pela aniga Estação de Ferrocarril e por um bonito terminal de onibus da Tur-Bus, todinho reformado com estilo de 1900.

Chegando no hotel, pegamos nossas catralhas e fomos de carro dar uma voltinha final pela ciadade, rumamos para a praia Cavancha, mas esta estava vazia. No centro de informações turísticas da cidade (nos atenderam super bem), falaram da ZOFI, que é a Zona Franca de Iquique. Esta foi criada em 1975, e não é cobrado o IVA nesta região. Esta região se caracteriza por um enorme Shopping Center que movimenta mais de US$ 3 bilhões por ano, e abastece mercados da Argentina, Bolívia, Peru e Chile.

Emprega mais de 10.000 pessoas e faz com que Iquique seja o destino de milhares de consumidores ávidos por comprar. Vimos que poderia ser interessante fazer uma visita a ZOFI e gastar um pouco de nossos Pesos. Chegamos lá as 12:00 e junto a muitas pessoas tentamos achar algo para comprar, só que andando pelos corredores desse imenso shopping center, que por muitas vezes lembrava a rua 25 de março ou o Paraguai, demos conta que nossa desvalorizada moeda não é tão favorável para compras, pois no geral os preços das bugigangas eletrônicas e do lar em geral eram os mesmos que os praticados no Brasil.

Gastamos alguns pesos no McEntulho dela, pois as outras opções de almoço eram muito restritas. Saímos as 13:30 do ZOFI e caímos na estrada, pois há muito o que se ver no caminho.

Só a saída de Iquique é muito bonita, pois sobe-se pela cordilheira que circunda a cidade, e tem-se uma vista completa da cidade. Rumamos em direção a Panamericana, e junto ao trevo da estrada que liga Iquique a Panameicana está a cidade de Humberstone, ou melhor cidade fantasma de Humberstone.

Nós quse iamos passando direto, mas após uma breve lida na descrição do guia, decidimos visitar a cidade. A cidade de Humberstone foi fundada em 1872 com o objetivo de servir como Oficina para a retirada de Nitrato de Sódio que processado da origem ao Salitre Natural. O Chile foi o maior produtor de Salitre do mundo de 1850 a 1930, mas o descobrimento de Salitre de origem sintética pela Alemanha, fez com que acabassem as mais de 160 oficinas salitreras espalhadas pelo Chile, e ums das oficinas é esta de Humberstone.

Esta cidade teve vida até 1960, quando devido a falência da companhia de salitre, deixou 3000 pessoas desempregadas. O local tem bastante amenidades para uma cidade da época, tais como clube com piscina (esta feita em puro ferro fundido em Iquique), Plaza de Armas, Igreja, Teatro (bastante grande), supermercado e hotel.

Hoje está tudo abandonado, mas há um projeto para se melhorar a cidade, que depende da solução de pendências Judiciais (há uma briga entre a família que comprou as terras e um politico local que recuperou alguns dos edificios da cidade). Andar pelas ruas desta cidade é realmente impressionante, tem somente o barulho de vento e das latas dos predios fazendo rangidos. Entramos em alguns dos prédios, que estão bem destruidos, mas os mais interessantes foram os do clube, pois muitas das instalações estavam conservadas.

O mais interessante estava reservado no fim da cidade, com as instalações da salitreira. O primeiro dos prédios tinha dois geradores a oleo enormes de 4 cilindros cada gerador e cada pistão gerava 320 HP. Seguindo adiante, entramos na salitreira, com fornos muito grandes e uma chaminé maior ainda. Nos prédios seguintes tinha o armazem de peças (com prateleiras com a identificação dos modelos de carros usados na época – F1 , F100, F6, Plymouth), no seguinte estava a ferramentaria, com os tornos, fresas e outros equipamentos, todos com funcionamento por um enorme eixo no meio do prédio e correias. Mais adiante estava a fundição e atrás a parte de processamento de salitre, onde podia-se ler um cartaz, Feliz Ano Nuovo – 1954. No final de tudo havia destroços de uma estrada de ferro e até uma locomotiva a vapor toda destroçada. Ficamos extasiados.

Tínhamos que seguir adiante, e as 16:30 caímos novamente na Panamericana. A estrada continua perfeita, e seguindo as indicações do mapa, pudemos ver geófilos na beira da pista em Chiza. Neste local também, a estrada faz uma curva enorme em direção ao mar, isso tudo para superar uma enorme falha no solo. Neste local descemos mais de 1000 metros em poucos quilômetros. É impressionante a altura da serra, você olha para o lado e só ve um enorme precipício.

Desce-se de 1200 MSNM até 200 e depois sobre-se isso tudo de novo. No final desse vale fica uma estradinha que leva a uma pequena vila, chamada calheta camarones. Nesse local desemboca o vale que acabamos descer, o lugar é bem simples, mas com uma praia e um costão muito bonitos. Tivemos apenas um dissabor neste local, pois ao entrarmos na praia, um caco de vidro furou nosso pneu traseiro esquerdo, e tivemos que troca-lo. Mas for a isso, valeu a pena.

As 19:30 voltamos para subir o outro lado do vale, que é muito profundo, mas que no fundo tinha umas fazendas com uma vegetação muito bonita, pois passava um riozinho. Mais a frente paramos para ver o por do sol, é realmente muito bonito ver o sol se pondo no meio do deserto! É diferente de qualquer outro lugar. A estrada até Arica é um sobe e desce danado, subimos e descemos de 1200 MSNM até o nível do mar 3 vezes. Haja estômago! Chegamos em Arica as 21:30, e foi um pouco dificil achar o centro da cidade, pois não havia indicações, mas por sorte passamos em frente a GM do Chile, ou seja vai facilitar nosso trabalho amanhã.

Passamos pela frente do Raid de Integración com as pick ups muito iluminadas e já preparadas para sair. Uma vez no centro cheio de taxis (por que quase não exite onibus por aqui) que fazem as vezes de lotações por todas as ruas e pessoas andando rápido por todos os lados achamos o melhor residencial a preço baixo segundo o lonely planet. Acomodamo-nos e saimos para jantar pollo a la brasas, comida típica da região.

Arica foi fundada em 1565 e foi um grande porto para o escoamento das minas de prata da região de Potosí no Alto Peru, com a chegada dos espanhóis no século 16. No século 19, tornou-se independente do Peru devido à bonança do ciclo de nitrato da região mais ao sul (perto de Pisagua e Antofagasta). Durante a guerra do Pacífico, o Chile ficou para si, a partir do tratado de 1929 de toda a região de Arica. Hoje tem uma população de 160.000 habitantes, com 10% de desemprego e uma população essencialmente pobre.

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