Triângulo na América |
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31/Janeiro/2001
- quarta-feira Acordamos tarde pois estávamos cansados da viagem de ontem, com muitas paradas e troca até de pneu. Às 11 hs, saímos para tomar um croissant de queso como café da manhã e fomos para a planta da GM em Arica. Fomos recepcionados por Héctor Álvarez (Jefe de Productión) e pelo pessoal da qualidade. Passamos por toda a fábrica, que agora pode ter as explicações em espanhol e em inglês. Vimos toda a fabricação da pick up LUV em detalhes e da pouca mecanização que obriga aos montadores a empurrar as unidades de uma estação para outra. Há muitos operadores e o índice de localização de componentes é de apenas 40%, apesar de ser um carro que vem sendo montado há 20 anos por aqui. São instalações antigas que aproveitaram o galpão pré existente e, desde 1969, vem montando veículos. Veículos de passageiros, já montou o Chevette. A produção é feita em lote para facilitar a logística e o fluxo de componentes. A pintura, feita por spray manual, também é facilitada com a seqüencia de montagem – a linha se completa com carros da mesma cor… A LUV detém 18% do mercado de pick ups daqui (é a líder), concorrendo com Toyota, Mitsubishi, Nissan e muitas outras marcas com menor penetração (todas estas marcas trazem suas pick ups importadas com um imposto de importação de 8%). É um carro mais simples que a S10 brasileira e, por isto, é a pick up mais barata do mercardo por aqui. Hà 3 tipos de motorização: 2.8 Turbo Diesel, 3.2 V6 gasolina, ambas com opção de 4x4 e vindas do Japão e 2.2 litros (motor família II da GM) vindo da Austrália, este sem opção 4x4. Devido à restrição de emissões do Chile, os carros à diesel não podem circular por Santiago e pelas regiões 2 e 5 do país. Há 2 meses, houve o lançamento da SUV Grand Wagon que tem um bom compromisso de transporte de pessoas, com bom espaço interno mas que precisa de que o Chile entre para o Mercosul (por causa dos impostos de importação) para ser viável a baixo custo para o mercado brasileiro. Como prontificaram-se a revisar nosso carro, colocamos na valeta e verificamos o alinhamento e ruídos que nos preocupavam. Anotamos tudo, arrumamos o pneu que estava furado e seguimos viagem para o Parque Nacional Lauca, a 120 km de Arica. O tempo nublou a 3.000 metros de altitude e começou a chover a 80 km de Arica (subimos 3000 metros em 80 km e saímos de sol para um frio desgraçado com chuva - tudo em menos de 1 hora de viagem). A estrada como sempre é perfeita, bem sinalizada e cercada pelos cactos candelabro (que vivem em encostas acima dos 2500 metros apenas com a umidade do ar). Chegamos a Copaquila às 18hs onde há alguns pedrogriflos que só passamos rapidinho para podermos ver o parque. Ainda tinha o o Tambo de Zapahuira onde, além da pressa, tínhamos o imenso frio que nos obrigava a ficar dentro do carro com os vidros fechados e o ar quente ligado. É inacreditável o frio que estamos passando no deserto! Dentro do carro: 26ºC; fora do carro, 8ºC ! Esta região é muito mais úmida, com muitas plantas e vegetação rateira. É completamente diferente de qualquer outra parte do deserto. As montanhas antes cor de areia, ficam verdinhas. Às 18:45hs, à 3800 msnm, chegamos a Putre, depois de passar por uns pontos de reforma da pista que a tornavam escorregadia e perigosa. O frio parece mais intenso mas deve ser por causa da sensação térmica devido ao vento forte. A região parece belíssima, com muitos cumes nevados e vulcões mas, a 4200 metros, a neblina tomou conta de tudo de forma a não podermos ver 20 metros a nossa frente. Como sabíamos que subiríamos a 4500 msnm, a nossa esperança era de que a neblina dispersasse mais para cima. A 4500 metros, a temperatura externa era de 2ºC e pudemos ver umas vicuñas (que parecem alces menores e andam em bandos). Chegamos à enorme lagoa às 19:40hs com muito frio e uma neblina que nos impedia ver os altos picos nevados às margens da lagoa Chungará. A chuva apertou muito de maneira que nem pudemos descer do carro. Às 20hs começou a nevar! É uma pena que a umidade do ar impediu que o chão ficasse totalmente branco! A temperatura externa com o carro parado já era de 1ºC (é o chamado invierno boliviano). A neve começou aumentar quando chegamos à divisa com a Bolívia, no alto da cordilheira. Esperamos pois os flocos grande de neve começaram a deixar branco o chão. À medida que o carro ia esfriando, ia também, ficando todo branco com a neve que só aumentava… Voltamos às 20:15hs curtindo a paisagem branca de tudo a nossa volta. A visibilidade era muito pouca e por um lado foi bom a temperatura não baixar de 0ºC pois aí as estradas congelariam e ficaria muito mais perigoso descer. Às 20:30hs fizemos uma guerrinha de neve e tiramos mais algumas fotos – só para pagar algum mico para os caminhões que passavam sem parar pela rodovia. Agora estamos a 150km de Arica, com chuva, uma estrada sinuosa e em reparos pela frente mas muito satisfeitos com o que vimos. A previsão é chegarmos à meia noite em Arica. Ainda pudemos guardar a S10 e comer um famoso barros luco para depois dormir. Amanhã devemos acordar cedo para pegar o carro (antes das 9hs) e sair para conhecer a cidade. |
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